Policial é suspeito de matar um e ferir 3 em briga por vaga de carro no PR
Uma discussão por causa de uma vaga de estacionamento em um posto de combustível de Curitiba terminou com uma pessoa morta e três feridas. Segundo a Polícia Militar, o autor dos disparos é um policial federal, de 43 anos.
A confusão teve início na noite de ontem (1), após o agente federal estacionar o carro em um local não permitido, em frente a uma loja de conveniência em um posto de gasolina no bairro Cristo Rei, nas proximidades do Mercado Municipal. Ao notar a irregularidade, o segurança do estabelecimento teria chamado a atenção do policial.
A partir daí, teve início uma discussão entre os dois e outras pessoas acabaram se envolvendo na briga. O policial teria então sacado uma arma e atingido quatro pessoas.
Três delas foram encaminhadas a um hospital da cidade e uma morreu na ambulância, a caminho do hospital. O segurança do posto não foi atingido.
Policiais militares que atenderam a ocorrência informaram que o agente federal atirou pelo menos 10 vezes em direção à loja de conveniência e que ele dirigia um carro da Polícia Federal descaracterizado. Ele foi preso em flagrante e encaminhado à Central de Flagrantes.
O UOL procurou a Secretaria de Segurança Pública do Paraná, a Polícia Federal e a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba em busca de mais informações, mas até o fechamento desta reportagem os órgãos não haviam respondido.
Pistola 9 mm
Segundo a TV Globo, testemunhas afirmaram que o policial chegou alterado ao posto e supostamente embriagado. Ele gritava com os clientes da loja de conveniência, pedindo por um isqueiro para acender um cigarro. Algumas pessoas, percebendo a confusão, tentaram conter o agente e foi nesse momento que ele sacou uma pistola 9 mm e desferiu os tiros.
Segundo apurou o telejornal "Bom Dia Curitiba", da TV Globo, o homem que morreu foi identificado como André Luiz, que seria um fotógrafo que, assim com os demais frequentadores, fazia uma refeição no local no momento da briga. Uma das vítimas, atingida no ombro, na perna e no abdômen, foi levada ao Hospital Cajuru, mas passa bem.
Um homem e uma mulher, motoristas de aplicativo, seguem internados em outro hospital e o quadro é estável. O homem foi atingido de raspão no rosto e corre o risco de perder a visão de um dos olhos.
Vice-presidente de uma associação de motoristas da região, Guilherme Machado informou que recebeu um áudio da mulher que foi baleada, no grupo de WhatsApp da associação, contando o que havia acontecido.
"Rapidamente nos mobilizamos e chegamos lá em menos de 5 minutos e nos deparamos com aquela cena lamentável", declarou.
O advogado das vítimas, Rafael Meier, diz que deve entrar com pedido de prisão preventiva do policial federal.
Processo disciplinar
A Polícia Federal informou na tarde de hoje que o suspeito permanecerá detido na carceragem da corporação. E que um processo disciplinar para apurar o fato "pela perspectiva da instituição" correrá em paralelo com o processo criminal.
A Polícia Civil diz que o caso está sendo investigado e que as imagens das câmeras de segurança do posto serão analisadas e também que testemunhas que estavam no local serão ouvidas nos próximos dias.
"Vamos ouvir também as vítimas, para entender o que efetivamente aconteceu", afirmou ao Bom dia Curitiba o delegado Tito Barichello, responsável pelas investigações. "É mencionado pelo investigado que ele agiu em legítima defesa. Isso tem que ser apurado. Para verificar se existe esse excludente ou se existe homicídio qualificado por motivo fútil e sem chance de defesa das vítimas".
Segundo o delegado, ele responderá normalmente pelo crime como um cidadão comum. "Naquele momento ele não agia como um policial federal. Ele não estava trabalhando. O procedimento vai tramitar na Justiça comum e, se for denunciado, ele vai a júri popular em Curitiba".
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