Brumadinho: Quem são os 5 últimos desaparecidos da tragédia em MG
Mais de três anos após o rompimento da barragem de rejeitos do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), a ossada da 265ª vítima foi identificada pela Polícia Civil de Minas Gerais. Agora, o número de pessoas consideradas desaparecidas no desastre é de cinco.
As vítimas ainda desaparecidas são três mulheres e dois homens. Quatro deles estavam dentro da área da Vale no momento do rompimento da barragem e a quinta pessoa estava de férias em uma pousada que foi levada pela lama.
Três dos desaparecidos eram funcionários diretos da empresa e outro era membro de uma terceirizada que prestava serviço para a Vale. Todos são procurados na mais duradoura operação de resgate da história, iniciada em 25 de janeiro de 2019.
A mais recente "joia" — termo usado pelo governo de Minas para se referir aos mortos no desastre — identificada foi o engenheiro de produção Luís Felipe Alves, que tinha 30 anos, era funcionário da Vale e nasceu em Jundiaí (SP). Ele fez faculdade no Espírito Santo e trabalhava em Brumadinho há pouco mais de três meses quando ocorreu a tragédia.
A ossada de Luís Felipe foi encontrada pelo Corpo de Bombeiros na segunda-feira (2) e era formada por "aproximadamente 40 segmentos".
"A maior operação de busca e salvamento da história permanece, graças ao incansável trabalho dos bombeiros militares, apresentando resultados importantes que objetivam o conforto das famílias", afirmou comunicado da corporação.
Quem são os cinco desaparecidos
Tiago Tadeu Mendes da Silva
Tiago tinha 34 anos e trabalhava como mecânico industrial na Vale.
Ele estava no refeitório da mina no momento em que barragem se rompeu, de acordo com parentes, e deixou dois filhos pequenos.
Nathália de Oliveira Porto Araújo
Estagiária administrativa da Vale, Nathália de Oliveira Porto Araújo, 25, estava no refeitório quando a barragem se rompeu.
Segundo o marido, o GPS do seu smartphone apontava para uma região na Cachoeira das Ostras, mas as buscas acabaram sendo infrutíferas.
Maria de Lurdes da Costa Bueno
Moradora de São José do Rio Pardo (SP), Maria de Lurdes da Costa Bueno, 59, passava as férias com a família na Pousada Nova Estância.
O imóvel acabou soterrado pela lama após barragem da Vale romper, em janeiro de 2019. Ela não foi mais vista desde então.
Olímpio Gomes Pinto
Conhecido como Licão, o auxiliar de sondagem Olímpio Gomes Pinto tinha 56 anos.
Ele trabalhava para uma empresa terceirizada que prestava serviços à mineradora.
Olímpio era natural de Caeté, Minas Gerais.
Cristiane Antunes Campos
Cristiane Antunes Campos tinha 34 anos, sendo 10 dedicados à Vale.
Ela começou a atuar na empresa como motorista de caminhão, quando surgiu a oportunidade de se graduar em um curso de técnico em mineração.
Em 2018, passou a ser supervisora de mina.
Relembre o caso
A tragédia em Brumadinho foi registrada na tarde de 25 de janeiro de 2019 após o rompimento de uma barragem de rejeitos da empresa mineradora Vale, que ainda atingiu outras duas estruturas da empresa, a cerca de 60 km de Belo Horizonte.
A lama atingiu uma parte da área administrativa da barragem onde havia funcionários, hotéis, sítios, fazendas e casas de moradores locais.
O rompimento aconteceu na região do córrego do Feijão, que deságua no rio Paraopeba, três anos e dois meses após o rompimento de uma barragem da Samarco em um distrito de Mariana, também em Minas Gerais. A Vale é uma das controladoras da Samarco. Dezenove pessoas morreram na ocasião e milhares perderam as casas em função do vazamento de 40 bilhões de litros de lama.
Segundo o site da mineradora Vale, a barragem principal que rompeu em Brumadinho tinha capacidade de 12,7 milhões de metros cúbicos. Para efeito de comparação, a barragem da Samarco, operada pela Vale com a australiana BHP, tinha 50 milhões de metros cúbicos de rejeitos.
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