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Caso Henry: Justiça marca novo interrogatório para Jairinho e Monique

14.dez.2021 - Dr. Jairinho e Monique Medeiros (de branco) em audiência do Caso Henry - MARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
14.dez.2021 - Dr. Jairinho e Monique Medeiros (de branco) em audiência do Caso Henry Imagem: MARCOS PORTO/AGÊNCIA O DIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Lola Ferreira

Do UOL, no Rio

03/05/2022 14h49

A 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro decidiu hoje que o ex-vereador Jairo Souza Santos, o dr. Jairinho, e a pedagoga Monique Medeiros deverão ser interrogados novamente no dia 1º de junho. Eles são réus no processo que apura a morte do menino Henry Borel, de 4 anos, em 8 de março do ano passado.

Por decisão do juiz em exercício na vara, Daniel Werneck Cotta, o padrasto e a mãe de Henry darão suas versões sobre a noite em que o menino morreu no apartamento em que moravam, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.

Por decisão de Cotta, no dia 1º de junho também serão ouvidos o perito legista Leonardo Tauil, que assinou os laudos de necropsia de Henry, e Sami El Jundi, perito técnico que questiona a veracidade dos laudos e é contratado pela defesa de Jairinho.

A principal linha de defesa do ex-vereador tem sido questionar os laudos e a tese do MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) de que Henry foi agredido antes de morrer.

Em nota, o advogado Cláudio Dalledone, que faz parte da defesa de Jairinho, afirmou que os novos depoimentos irão "mudar os cursos do processo".

Um primeiro interrogatório aconteceu no dia 9 de fevereiro, quando Monique depôs por 11 horas e Jairinho escolheu não responder às perguntas.

O ex-vereador justificou seu silêncio em menos de 10 minutos, e afirmou: "Juro por Deus que não encostei a mão em um fio de cabelo do Henry". Um novo interrogatório de Jairinho, marcado para 16 de março, foi adiado e não há data definida.

Henry faria 6 anos hoje

Leniel Borel, pai de Henry, publicou uma homenagem no Instagram ao filho, que faria 6 anos de idade hoje.

"Hoje o céu está em festa para comemorar o aniversário do meu príncipe, meu lindo filho. A sua alegria, seu jeito meigo e carinhoso está contagiando a todos em sua volta, com absoluta certeza. É verdade que ganhei um anjo que olha por mim no céu, mas perdi um filho que eu muito amava."

O pai contou que pode passar o tempo que for, mas essa data continuará sendo triste.

"Poderão passar mil anos que nesta mesma data o dia sempre despertará cinzento e triste, muito triste! É impossível esquecer o dia que te peguei no colo a primeira vez, assim como é impossível esquecer o dia em que me roubaram você de forma brutal e inesperada: o bem mais precioso que tinha", diz o texto.

Monique cumpre prisão domiciliar

No dia 5 de abril, a juíza titular da 2ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, Elizabeth Louro, ordenou que Monique cumprisse prisão domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica.

Na decisão, Louro exigiu que Monique só fale com familiares ou advogados e não faça publicações em redes sociais. Na decisão, a juíza citou ameaças que a mãe de Henry relatou estar sofrendo na cadeia.

Relembre o caso

Os laudos periciais apontam 23 lesões no corpo do menino, e que Henry morreu em decorrência de hemorragia interna e laceração no fígado causada por ação contundente.

O casal foi preso em 8 de abril de 2021. Em 6 de maio do ano passado, o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) denunciou Jairinho por homicídio triplamente qualificado, tortura e coação de testemunha. Já Monique foi denunciada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado na forma omissiva, tortura omissiva, falsidade ideológica e coação de testemunha.

"O crime de homicídio foi cometido por motivo torpe, eis que o denunciado decidiu ceifar a vida da vítima em virtude de acreditar que a criança atrapalhava a relação dele com a mãe de Henry", afirmou o promotor de Justiça Marcos Kac, no texto da denúncia.