Homem agrediu ex antes de tatuá-la à força no rosto: 'Ele me amarrou'
"Ele me amarrou e fez a tatuagem". Assim uma jovem de 18 anos descreve como o ex-namorado, Gabriel Henrique Alves Coelho, 20, tatuou à força o nome dele no rosto dela. Em entrevista ao UOL, a vítima contou que antes disso, sofreu diversas agressões dentro da casa do rapaz, para onde ele a levou após abordá-la em um ponto de ônibus na cidade de Taubaté, no interior de São Paulo, na sexta-feira (20).
Privar uma pessoa de liberdade contra sua vontade, mediante sequestro ou cárcere privado, é crime com pena prevista de 1 a 3 anos de reclusão pelo artigo 148 do Código Penal. Em caso de danos físicos ou morais, a pena é de 2 a 8 anos. O crime é considerado cárcere privado quando a vítima fica confinada a um espaço muito restrito, de locomoção limitada.
Coelho, que tem uma tatuagem na mesma parte do rosto em que tatuou a jovem, foi detido no último sábado (21). Ele responderá por descumprir duas medidas protetivas que o impediam de se aproximar da jovem, uma de 2021 e outra de 2022. O UOL está tentando localizar a defesa dele.
Segundo a vítima, na sexta-feira (20), ao sair para ir ao curso e chegar ao ponto de ônibus por volta das 12h20, viu o rapaz e o pai dele em um carro do outro lado da rua. "Tentei voltar, mas ele gritou. Fiquei paralisada. Então, ele me mandou entrar no carro. Não consegui reagir", lamenta. "Então o pai nos deixou na casa dele e foi trabalhar. Foi quando começaram as agressões." Na sequência, ela conta que o ex a amarrou e escreveu Gabriel Coelho em seu rosto.
Apenas na manhã do outro dia, ainda segundo a jovem, o rapaz a levou para casa para que ela pudesse se arrumar e ir para o trabalho.
Eu só pensava em como disfarçar aquela tatuagem com maquiagem. Foi quando minha mãe me encontrou e viu o que ele tinha feito"
O caso veio a público no sábado, após a mãe dela registrar um boletim de ocorrência contra o ex-namorado da filha. Coelho foi preso em flagrante na rua Rodrigues Alves, no bairro do Parque Taubateguaçu.
A prisão foi registrada no plantão da Delegacia Seccional da cidade. Após audiência de custódia realizada no domingo (22), o agressor teve a prisão em flagrante convertida para preventiva --prevista em casos de violência doméstica pela Lei Maria da Penha.
À polícia, Coelho disse que a vítima aceitou a tatuagem. "Na versão dele, estavam os dois usando entorpecentes e ele teria pedido a ela, e ela teria aceitado, que, pouco antes de uma relação sexual, ele tatuasse o rosto dela com o nome dele", contou o delegado Jair Ortiz, do Deinter (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de São José dos Campos.
Alívio
Segundo a mãe da jovem, sua filha e o rapaz começaram a namorar em 2019. "No começo, ele era um rapaz bom. Mas, após um ano de namoro, começaram as crises de ciúme até que, no início de 2020, ocorreu a primeira agressão. Desde então, luto para distanciar os dois", afirmou.
A vítima revela que crises de ciúme começaram a ocorrer após três meses de namoro. "Ele começou a me proibir de ver amigos, pediu para ter acesso às senhas das minhas redes sociais. Foi nesta ocasião que começaram as agressões", disse.
As medidas protetivas, no entanto, não o impediram de se aproximar da jovem. Preocupada, a mãe procurou a polícia ainda na sexta-feira, porque a filha não havia chegado em casa antes das 22h.
"Pela manhã, fui até a rua do rapaz e vi minha filha dentro do carro. Voltei para casa e quando cheguei aqui já a encontrei tentando tapar a tatuagem com maquiagem porque tinha de ir trabalhar. Ali eu desabei", conta.
Agora, a jovem estuda como removerá a tatuagem. "Estou aliviada com a prisão dele. Tive medo de morrer muitas vezes. Ele já havia tentado me enforcar. Agora estou mais leve e sei que as únicas pessoas que posso confiar integralmente são meus pais, por mais que outra pessoa diga que me ama", conclui.
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