Tatuada no rosto: Delegado averigua versões e ex pode responder por tortura
O delegado responsável pelas investigações do caso da jovem de 18 anos tatuada no rosto pelo ex-namorado na cidade de Taubaté (SP), afirmou que ouviu as versões da vítima e do suspeito do crime, Gabriel Henrique Alves Coelho, 20, e disse que analisa as divergências nas falas de ambos para entender "qual das situações é a mais correta".
"Na versão dele, estavam os dois usando entorpecentes e ele teria pedido a ela, e ela teria aceitado, que, pouco antes de uma relação sexual, ele tatuasse o rosto dela com o nome dele", contou o delegado Jair Ortiz, do Deinter (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de São José dos Campos, em entrevista à TV Bandeirantes.
"Ela diz que não. Diz que, de fato, até certo ponto, a versão dele confere, porém que não teria permitido a tatuagem no rosto, mas, mesmo assim, ele a teria obrigado a fazer [a tatuagem no rosto]", disse o delegado, que lembrou que a jovem tem outras três tatuagens, supostamente consentidas, com o nome do rapaz nos seios e na virilha.
Ortiz lembrou que Gabriel foi detido por violar uma medida protetiva que a jovem teria contra ele. "Ele descumpriu a medida protetiva, então foi preso, além de tudo, por este crime. Penso eu que ele deve responder pelo crime de tortura em relação à moça", afirmou o policial.
Nesta segunda-feira (23), a jovem descreveu os momentos que passou com o ex em entrevista ao UOL.
Relembre o caso
Um homem de 20 anos foi detido suspeito de agredir e tatuar o próprio nome no rosto da ex, em Taubaté, interior de São Paulo. A mãe da jovem registrou boletim de ocorrência após ela não voltar da escola, na última sexta-feira (20) e reaparecer em casa, já com o rosto tatuado com o nome "Gabriel Coelho", no sábado (21).
A mãe dela contou ao UOL que percebeu que ela tentava esconder algo após chegar em casa.
"Pela manhã, fui até a rua do rapaz e vi minha filha dentro do carro. Voltei para casa e quando cheguei aqui já a encontrei tentando tapar a tatuagem com maquiagem porque tinha de ir trabalhar. Ali eu desabei", afirmou.
Segundo a jovem, as agressões foram registradas ao longo da sexta e do sábado. Ela teria sido amarrada com cadarços antes de ser tatuada à força. Sob ameaça, ela teria, ainda, gravado um vídeo consentindo a tatuagem.
A família dela já havia conseguido duas medidas protetivas em relação ao rapaz. Segundo denuncia a mãe da jovem, há um mês, ela tentou pedir para que ele ficasse longe de sua filha, alegando que ele batia nela, mas o rapaz teria respondido: "nada vai mudar o que vou fazer".
Antes de ser investigado pela agressão à jovem, ele já acabou preso por descumprir duas medidas protetivas, uma de 2021 e outra deste ano, que deveria proibir que ele se aproximasse da jovem. Gabriel está detido de forma preventiva.
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