RJ: Mãe e filho turistas entram por engano em favela e têm carro metralhado
Uma professora e o filho dela tiveram o carro metralhado. A suspeita é de que o veículo foi baleado por traficantes da comunidade Vila Aliança, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro, no fim da tarde de ontem. No incidente, o carro em que Joseli Teresinha Hart, 40, e o filho de 15 anos estavam atropelou e matou o morador Eduardo da Silva Guilherme, 21. Ele fazia bico como ajudante de pedreiro.
Os dois usavam um aplicativo de localização para chegar no hotel, porém após indicação do sistema, entraram em um dos acessos da favela. Joseli é carioca, mas a família mora no Paraná.
No momento em que mãe e filho acessaram a comunidade, já acontecia um intenso tiroteio. Moradores da região chegaram a publicar nas redes sociais alertando para o confronto.
"Estava tendo muito tiro por causa da briga dos traficantes daqui. Do nada a gente ouviu um barulho muito forte, ela bateu com o carro, um morador foi atropelado, foi uma correria. Os policiais chegaram e levaram os dois para o hospital. Eles estavam bem, estavam conscientes", contou Iara Loureiro, comerciante da comunidade, que presenciou o caso.
A mulher, ao tentar fugir dos tiros, perdeu o controle do carro e acabou atropelando Eduardo da Silva Guilherme, 21, morador da Vila Aliança. Por causa dos graves ferimentos, ele não resistiu.
"Dudu era conhecido aqui da região. Infelizmente estava no lugar errado na hora errada. A gente ainda gritou, mas o carro estava desgovernado", acrescentou Iara.
A Polícia Militar disse que os traficantes teriam confundido o carro em que ela estava com o filho com uma viatura policial — o que poderia explicar que, por um momento, os disparos se concentraram em direção ao veículo. Por meio de nota, a corporação disse que "não havia ação envolvendo equipes da Polícia Militar na região no momento do incidente".
Os dois seguem internados no Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, na zona oeste. A mulher tem ferimentos no pé esquerdo e na perna direita, com quadro de saúde considerado estável. O filho dela não teve o boletim médico divulgado.
Segundo a Polícia Civil, o carro da família foi periciado ontem. De acordo com o delegado Bruno Gilaberte, depoimentos já foram marcados.
"Nós vamos ouvir a pessoa baleada, o filho que estava com ela no carro, vamos ouvir também parentes da pessoa atropelada. Tem uma equipe no hospital cuidando dessa diligência. Nós já temos toda a estrutura do tráfico local mapeado e vamos tentar, através desse mapeamento, identificar os responsáveis pelos disparos."
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