Topo

Esse conteúdo é antigo

Médica que falou mal de pacientes no Twitter é afastada do trabalho no PR

CRM-PR confirmou que mulher é médica inscrita no Paraná - Reprodução/Twitter
CRM-PR confirmou que mulher é médica inscrita no Paraná Imagem: Reprodução/Twitter

Do UOL, em São Paulo

24/05/2022 16h55Atualizada em 24/05/2022 22h39

A médica Mariana de Lima Alves, que está sendo investigada pelo CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) por publicações ofensivas sobre os próprios pacientes, foi afastada das atividades na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da cidade de Almirante Tamandaré (PR).

Em nota enviada ao UOL nesta tarde, a prefeitura lamentou o ocorrido e afirmou que a conduta da médica "é diferente destas publicações". Mariana foi contratada por meio de uma empresa terceirizada, para realizar plantões médicos todas as terças-feiras na UPA da cidade.

"Segundo os colegas, sempre atendeu todos os pacientes com muito respeito e simpatia, sem reclamações por parte da população. Não tínhamos conhecimento destas publicações até o momento", afirmou a gestão municipal.

A médica está suspensa das atividades "até que tudo seja esclarecido". "Se comprovada conduta irresponsável, que fere os princípios éticos do exercício da profissão, a mesma será desligada da equipe de plantonistas", finaliza comunicado.

Mariana está sendo investigada pelo CRM-PR (Conselho Regional de Medicina do Paraná) após uma série de publicações no Twitter reclamando da conduta dos próprios pacientes. Capturas de telas dos comentários ofensivos atribuídos a ela circulam nas redes sociais.

As publicações teriam sido realizadas ao longo de abril e maio. A mais recente é de sábado (21), em que a médica afirma que o paciente tem que ser "muito filha de uma p***" para ir à 1h da manhã no pronto-socorro por infecção urinária. Não tem outra expressão para descrever", dizia a postagem publicada à 0h53.

Outra imagem mostra a mesma conta criticando gestantes, no dia 17 de maio às 14h14. "As gestantes são tudo referenciadas de maternidade porta aberta e vem para a UPA [Unidade de Pronto Atendimento] quando começa a parir. P*** que pariu, mulher. Me deixa em paz", escreveu ela.

No dia 11 de maio, às 15h27, outra publicação também chamou atenção dos usuários das redes sociais. "Hoje o paciente virou para mim e disse: 'O meu problema é que eu tenho duas amígdalas'. Amígdalas is the new [é o novo] 'eu tenho tireoide'", publicou Mari Lima.

Em abril, no dia 17, às 9h14, ela ainda comentou: "Qual a tara de vir no pronto-socorro num feriado por uma coisa que você já tá sentindo há mais de 30 dias."

O perfil de Mariana foi deletado da rede social.

Em mensagem ao UOL, na noite desta terça-feira (24), a médica disse reconhecer o erro de suas publicações sobre o ocorrido em seus plantões, mas alega que "a forma de indignação foi pensando no bem estar geral dos pacientes".

As mensagens foram escritas em desabafo em momento de estresse e cansaço. [...] Entendo que todos mereçam ótimo tratamento e foi assim que sempre agi, porém sempre me preocupei que pessoas com sintomas que deveriam ser tratados em UBS e serviços ambulatoriais pudessem causar filas que gerassem risco ao atendimento de pessoas em situações de urgência/emergência.