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PF busca diretora de creche no Rio suspeita de desviar R$ 6 mi para viajar

Operação da PF contra desvios no Fundeb e FNDE no Rio de Janeiro - Divulgação/Polícia Federal
Operação da PF contra desvios no Fundeb e FNDE no Rio de Janeiro Imagem: Divulgação/Polícia Federal

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio

28/07/2022 12h21Atualizada em 29/07/2022 08h30

A PF (Polícia Federal) faz buscas pela diretora de uma creche parceira da rede pública, na comunidade da Rocinha, na zona sul do Rio de Janeiro, suspeita de movimentar irregularmente R$ 6 milhões do Fundeb (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica) e do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). O dinheiro teria sido desviado para uso particular entre 2018 e 2021.

Segundo as investigações, a mulher usava a verba pública para viajar e comprar bebidas alcoolicas, cigarros, remédio para controle de colesterol, perfume importado e até composto natural para aumento de libido. "O dinheiro era usado de forma incompatível com o consumo de uma instituição de educação infantil", destacou a PF.

Hoje pela manhã, cerca de 30 policiais federais buscavam cumprir dois mandados de prisão preventiva —um contra a diretora e outro contra o marido dela— porém os alvos não foram localizados e já são considerados foragidos. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na creche. A Justiça ainda determinou o sequestro do imóvel onde funciona a creche.

"A investigação teve início em 2021, quando, a partir de informações repassadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras, observou-se que a responsável pela creche teria movimentado R$ 6.217.531,00 de forma suspeita, entre 2018 e 2021, sendo identificado que parte desta quantia era proveniente de programas federais de apoio à educação", informou por meio de nota.

Além da movimentação milionária, a Polícia Federal suspeita que a investigada tenha falsificado documentos para forjar o número de crianças atendidas pela instituição e garantir o aumento de repasses de verbas públicas.

De acordo com a Polícia Federal, a diretora e o marido dela —também suspeito de usufruir do dinheiro do crime— serão indiciados por peculato e estelionato majorado. Somadas, as penas podem chegar a 18 anos de prisão.

Segundo a Secretaria Municipal de Educação do Rio, "a creche envolvida na Operação Desfralde, da Polícia Federal, não é uma creche municipal", mas "a unidade conta com recursos federais para seu funcionamento, atuando como uma creche parceira da rede pública". A secretaria informa que "irá apoiar no que for necessário para que o atendimento às crianças não seja interrompido".