Pior date da história? Como desafio com lanche gigante acabou em casamento
O que poderia ser "o pior primeiro encontro do mundo" virou uma história de amor para o psicólogo Bruno Farias, que fez sucesso na vida real e nas redes sociais ao contar sobre o dia em que aceitou comer um lanche gigante por não ter como pagar a conta do date com sua pretendente a namorada.
Morador de Santos, no litoral de São Paulo, ele conta que veio de uma família humilde e tinha acabado de se formar na faculdade quando aceitou o "desafio". Bruno deixa claro que tinha levado dinheiro para a lanchonete, mas não resistiu ao ver a oportunidade de economizar, apesar dos protestos da "crush", Mariana Figueiredo.
"Claro que na Internet a história ganha um ar épico, mas na vida real foi mais ou menos assim: eu era recém-formado, minha esposa ainda nem estava na faculdade, então tínhamos bem pouco dinheiro", detalhou o psicólogo, em entrevista ao UOL, sem deixar de destacar que comer o lanche gigante já era uma meta antiga em sua lista de realizações.
"Estávamos começando nosso namoro e eu sempre dizia que iria vencer o desafio dessa lanchonete, que já não existe mais. Uma noite fomos até lá, eu pedi o lanche gigantesco e consegui comer, com muita dificuldade", conta Bruno, lembrando que até tinha dinheiro suficiente para a conta caso falhasse na "missão", mas que não tinha nenhuma intenção de gastá-lo.
Apesar de ter voltado para casa sem nenhum prejuízo financeiro, ele não foi poupado de uma bronca de Mariana, que era contra a participação do então namorado na atividade inusitada.
"A reação dela na lanchonete foi de timidez, porque ela é muito discreta. Quando fomos embora, ela ficou irritada porque eu estava passando mal. Sabe quando a pessoa fica te perturbando, falando: 'Eu avisei'? Foi mais ou menos isso", ri o psicólogo.
Trauma superado
Apesar de o "trauma" ainda ter durado alguns encontros — com a agora engenheira química sempre pedindo para o companheiro "pegar leve na comilança" — a história de amor de Mariana e Bruno continua, 10 anos depois.
"A Mariana e eu temos uma relação muito boa, baseada em diálogo e acolhimento. De vez em quando tem umas encrencas, mas são leves, e resolvemos com conversas francas, muito respeitosas. Conseguimos nos estabelecer em nossas profissões e sempre posso contar com ela", declara o psicólogo sem poupar elogios à mulher, com quem tem o filho Miguel, de 3 anos, e três gatos.
"Temos três gatas da raça sphynx, aqueles sem pelo, que são nossos amores. Esses gatos sempre foram o sonho da minha esposa. Logo que passamos a morar juntos, eu consegui trazer essas gatinhas para o nosso lar. É como diz meu pai; 'Casou comigo? Então terá todos os seus sonhos realizados'", afirma.
Além das conquistas que Bruno e Mariana tiveram desde o date inusitado, em 2012, alguns momentos difíceis também mudaram a dinâmica do casal. Em 2020, o psicólogo descobriu ser portador da Doença de Crohn, que causa inflamação gastrointestinal.
De origem desconhecida, a condição não tem cura e pode causar dor abdominal, diarreia, perda de peso, anemia e fadiga. Depois do diagnóstico, o paulista teve que revolucionar seu estilo de vida, com hábitos que, destaca ele, o "aposentaram" de qualquer desafio como o de 10 anos atrás.
"Fiquei internado, foi muito difícil. De lá pra cá, cuido muito bem da minha saúde, principalmente da alimentação. Emagreci 22 kg e, hoje, jamais sonharia em comer um lanche daquele tamanho. Não consigo nem imaginar, seria uma missão impossível".
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