Mulher é derrubada e tem cabelo puxado durante abordagem policial no Pará
A Promotoria de Justiça Militar do Pará apura uma denúncia de agressão a uma mulher por dois policiais militares durante uma abordagem no mercado do Ver-o-Peso, em Belém (PA), ocorrida hoje de manhã.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a vítima sendo puxada pelo cabelo e arrastada pelos militares entre as barracas da feira, na orla do bairro Campina. O caso gerou o afastamento dos agentes pela Corregedoria-Geral da corporação.
Nas imagens, é possível perceber que alguns feirantes gritam ao fundo pedindo para que os policiais soltem a mulher. Os vídeos também mostram a vítima imobilizada ao chão. Em determinado momento, um policial a levanta puxando-a pelo cabelo, mas depois ela cai novamente.
Segundo o promotor de Justiça Militar, Armando Brasil, o caso ocorreu na manhã de hoje quando os policiais teriam suspeitado que a vítima estaria traficando drogas e resolveram abordá-la. Os militares foram identificados como sendo do 2º Batalhão de PM, que cobre a área do bairro.
A Promotoria de Justiça Militar determinou a abertura de um inquérito militar para apurar a conduta dos policiais que aparecem nas imagens.
Segundo Armando Brasil, a ação que aparece nas imagens está errada, pois uma determinação da promotoria, em vigor desde 2010, determina que abordagens a mulheres só devem ser feitas por policiais femininas.
"Eles são treinados para conduzir uma ocorrência que é aparentemente simples e havia dois policiais para dominar uma mulher, sendo que a recomendação é que ela seja revistada por uma policial feminina", explica.
O promotor de Justiça ainda avaliou a conduta como excessiva, pois a mulher —que não teve a identidade revelada— já estaria dominada no momento em que um dos policiais a puxa pelo cabelo.
"Ficou claro nas imagens que passar a ser lesões corporais. Em um dos vídeos, o policial aparece puxando o cabelo da jovem e outro espirra spray de pimenta quando ela já está caída, dominada. Não havia a menor necessidade disso. Mas claro que isso tudo será apurado", comenta Brasil.
Para a Promotoria de Justiça Militar, se for comprovado que houve lesão corporal e abuso de autoridade por parte dos policiais na ação, os dois agentes envolvidos na ocorrência podem ter penas de até 5 anos de reclusão, além da perda do cargo público.
PM diz afastou militares envolvidos
Em nota, a Polícia Militar informou que a ocorrência gerou a prisão de quatro pessoas pelo crime de desacato. A mulher que aparece sendo puxada pelo cabelo foi contida e outras três pessoas, que tentavam intervir na abordagem, foram apresentadas na Seccional do Comércio. Um dos detidos é um homem que, segundo a polícia, portava uma faca.
Ainda segundo a PM, todos os presos têm passagem pela polícia, mas a nota não diz se a suspeita de tráfico de drogas sobre a mulher foi confirmada.
Os dois militares precisaram passar por atendimento médico e corpo de delito após sofrerem ferimentos, informou a corporação.
A PM informa ainda que toda a ação policial foi filmada por uma câmera corporal acoplada ao colete balístico e as gravações foram anexadas ao Termo Circunstanciado de Ocorrência.
A Corregedoria-Geral da Corporação já identificou os policiais militares e instaurou Inquérito Policial Militar para apurar a conduta dos agentes, que permanecerão afastados do serviço.
Os envolvidos no ocorrido foram ouvidos, sendo registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência, que é para crimes de menor potencial ofensivo e que não gera detenção preventiva. O UOL procurou a Polícia Civil para confirmar se os presos foram liberados e aguarda retorno.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.