Topo

Esse conteúdo é antigo

Mulher tem casa invadida e placenta roubada em SC: 'Confundiram com carne'

A designer gráfica Paula, 25, ao lado da filha Luiza, 3 - Arquivo pessoal
A designer gráfica Paula, 25, ao lado da filha Luiza, 3 Imagem: Arquivo pessoal

Do UOL, em São Paulo

12/08/2022 18h38Atualizada em 12/08/2022 18h38

Carnes, R$ 3,6 mil em espécie, 1 kg de bombom sonho de valsa e uma placenta congelada: isso foi o que subtraíram da casa da família de Paula Roseng, 25, na madrugada de ontem no município de Morro da Fumaça (SC). A designer gráfica, que mora com os pais e a filha de 3 anos no centro da cidade, acordou com a cozinha bagunçada e a bolsa revirada — e ficou surpresa ao notar o tinha sido roubado.

"Eu fui dormir por volta da 1h da manhã e a minha mãe acorda às 5h, então acredito que a invasão aconteceu nesse meio tempo", contou ela em entrevista ao UOL. "Na minha casa, a cozinha é uma edícula e ali próximo também deixamos o meu carro e o veículo do meu pai. Quando a minha mãe acordou, ela viu que tudo ali estava diferente e que os carros tinham amanhecido abertos."

A mãe de Paula foi a primeira que viu que a casa tinha sido invadida e que todos os objetos estavam revirados. "Ela viu a bolsa toda espalhada no chão, a carteira do meu pai também. Eles tinham acabado de pegar o dinheiro da aposentadoria, que já não estava mais lá. Porém, os cartões ficaram. Não levaram mais nada além disso". Ao todo, o dinheiro recebido pelos pais da designer era de R$ 3,5 mil.

Paula conta que estranhou a movimentação na casa, já que os invasores também tiveram acesso ao computador dela, que estava no carro. "Não pegaram a minha bolsa com o notebook que estava no chão, nem os meus cartões, mas levaram R$ 4 que eu tinha em moeda. E, de dentro da edícula, mais uns R$ 100 também em moeda."

casa - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Família amanheceu com a casa revirada
Imagem: Arquivo pessoal

Ao investigarem o que mais havia sido perdido, a mãe de Paula notou o sumiço de alimentação.

"Minha mãe tinha deixado umas carnes para descongelar e, quando abriu a geladeira, viu que elas não estavam mais lá. As carnes congeladas também tinham sumido".

Placenta confundida com carne

Paula explica que a família ainda mantém outra geladeira, que fica na parte externa da edícula, onde eles guardam alimentos pouco utilizados — e a placenta dela. "Tinha um chester que a minha mãe ganhou, que estava lá, e ele também sumiu com um pacote de presunto. Então foi quando minha mãe viu que a minha placenta, que estava em um pote de sorvete, havia sido levada."

A designer diz que havia deixado o órgão guardado no congelador porque a intenção seria plantá-lo quando a filha, Luiza, ficasse mais velha.

"Eu até tinha esquecido da placenta. Eu queria guardar para que quando ela fosse maior, nós plantássemos juntas, para ela entender mais desse processo da gestação que foi tão importante para minha vida. Foi uma transformação, um momento de olhar a criança com outros olhos", explica.

Segundo Paula, a placenta estava com coloração vermelha, o que ela acredita ter confundido os invasores. "Eu acho que eles confundiram com carne. Viram que era vermelho e levaram. Eu ainda pensei: 'eles queriam encontrar feijão ou sorvete?'".

Além da comida, a família também notou que dentro de um cesto de roupa suja havia toalhas, roupas de cama e jaquetas de frio — itens que ela acredita que também seriam roubados, mas que acabou ficando para trás.

Paula disse que, durante a noite, a família não ouviu nenhum ruído nos arredores, mas que ao menos dois vizinhos relataram que a casa deles também foi invadida na mesma madrugada. No entanto, como eles não tinham carne no momento do roubo, nada foi levado. "Só bagunçaram tudo", conta.

A história foi compartilhada no Twitter e a designer chegou a brincar com a situação. "Que depressão. Roubaram as carnes que estavam no congelador, inclusive minha placenta, que estava em um pote de sorvete, congelada, para eu plantar um dia. Que triste, vou ter que fazer outro filho pra plantar a placenta."

Apesar da brincadeira, Paula disse que ficou refletindo sobre o roubo. "No primeiro momento que vi que eles pegaram comida e jaqueta, eu pensei: 'Olha a situação que o nosso país está, que olharam meu notebook e não quiseram. Eles queriam só comida e roupa de frio."

A família registrou um boletim de ocorrência. Ao UOL, a Polícia Civil de Santa Catarina informou que "inquérito foi instaurado nesta sexta-feira (12)" e que "está tomando as providências necessárias para o esclarecimento do fato".