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'Invasão' em hotel vira amizade, pedido de emprego e chega até a Anitta

Eduardo, um dos turistas mineiros surpreendidos por Rafaela (à dir.), conta que "campanha" por emprego para jovem atingiu até Anitta  - Arquivo Pessoal
Eduardo, um dos turistas mineiros surpreendidos por Rafaela (à dir.), conta que "campanha" por emprego para jovem atingiu até Anitta Imagem: Arquivo Pessoal

Do UOL, em São Paulo

17/08/2022 13h30Atualizada em 17/08/2022 13h30

A "penetra" encontrada dormindo no quarto de um trio de turistas na Lapa, no Rio de Janeiro, virou protagonista de uma campanha virtual para ajudá-la a conseguir um emprego, que envolveu até mesmo a cantora Anitta.

Moradora de Niterói, Rafaela Gama, 22, tem uma filha pequena e conta com ajuda da família enquanto não tem renda própria. Mas a jovem agora sonha em se recolocar no mercado, após aparecer em vídeos ao lado de Eduardo Junio, 25, Jéssica Milla, 26, e Carlos Martins, 27, os hóspedes da suíte "invadida" pela fluminense na madrugada de domingo (14).

Depois que o post de Eduardo no TikTok chegou à mãe de Rafaela, que reconheceu o cabelo e o nome da filha em um cartão bancário, a mulher entrou em contato com o dono do perfil, fazendo uma ponte entre os turistas e a invasora misteriosa. Por telefone, ela disse que a filha estava bem e logo passou a ligação para a jovem, que conseguiu reencontrar o trio na segunda-feira (15).

"Ela falou que queria vir até a gente, mas não tinha dinheiro, então eu pedi um Uber para ela e nós nos encontramos na Praia do Leme. Ela tem 22 anos, uma filha pequena, e eu gravei um novo vídeo com ela pensando: 'Vai que nessa história maluca você consegue pelo menos um emprego'", detalhou Junio em entrevista ao UOL, comemorando a repercussão da "campanha" por um emprego para Rafaela.

"Quando filmamos as coisas dela no hotel, mostramos o cartão dela, roxinho. O TikTok chegou na Anitta, que comentou que pelo menos ela usava o Nubank e todo mundo começou a marcar ela, falando: 'Anitta, faz alguma coisa'", conta o mineiro, aos risos.

Ao comentar as qualificações da nova amiga, Eduardo detalha que ela já trabalhou como vendedora de roupas em uma loja de Niterói, mas está aberta a novas experiências.

"A gente saiu pra beber, pra comer. Ela é uma menina muito dócil, muito legal, foi de fato uma grande coincidência maluca. Mas agora a gente já combinou que temos a casa um do outro para passar uma temporada no Rio ou em Belo Horizonte", diz.

"Tia estava no andar de cima"

No reencontro com Rafaela, os amigos de Minas Gerais ficaram sabendo mais detalhes dos bastidores que levaram a jovem a entrar no quarto por engano.

Ela contou que estava em uma roda de samba com uma tia e uma prima e, na volta, deixou o celular com a familiar mais velha, com o aparelho desligado. As três realmente estavam hospedadas no mesmo lugar que os turistas mineiros, mas em um andar acima, no quarto 305.

O problema começou quando Rafaela, habituada a se hospedar no quarto 205 em suas visitas ao Rio, "esqueceu" que ela e as parentes estavam em uma suíte diferente, já que a anterior havia sido ocupada antes. Afetada pela bebida que consumiu na festa, ela encontrou a porta destrancada e acabou dormindo na cama que deveria ser de Eduardo.

Quando o rapaz chegou ao hotel, com os outros dois amigos finalmente percebendo que a cama era ocupada por uma mulher desconhecida, o trio logo acionou funcionários para ajudá-los com a situação.

"Subiu o cara do hotel que estava na recepção. Nós pedimos para ele ficar no corredor e explicamos a situação. Ele entrou, viu que ela estava sem roupa, e pediu para a Jéssica ajudar a Rafaela a se vestir. Quando a Rafaela acordou, ele perguntou se ela estava hospedada e ela respondeu que sim, que estava com a tia, Cristiana. Na hora de procurar no computador, o pessoal não encontrou o registro com o nome da tia e os funcionários começaram a falar com ela de forma mais grosseira, acho que pensando que ela era penetra", conta Eduardo.

"O que a gente imagina é que como tem muitas variações do nome Cristiana, com y, com h e tudo mais, ele não encontrou o nome, por causa da grafia", diz o rapaz.

Sem celular, Rafaela teve ajuda dos funcionários e dos turistas para pedir um táxi até sua casa, em Niterói. O vídeo que mostra ela dormindo tranquilamente no quarto dos hóspedes desconhecidos já atingiu 11 milhões de visualizações em pouco mais de 2 dias.

"Eu ganhei 50 mil seguidores, não sei nem como vou lidar com isso agora", completa Eduardo, que diz ter se divertido com a repercussão da história.

O UOL tentou contato com o Hotel Pouso Alegre, em que aconteceu a confusão, ontem e hoje, mas não obteve retorno pelo telefone ou pelo e-mail disponíveis no site do empreendimento. O espaço permanece aberto para manifestação.