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Homem se passa por Marcola para tentar extorquir R$ 20 mil de empresário

Marcola negou fazer parte de facção e usou depoimento de ex-dirigente para justificar teoria - Reprodução/Record TV
Marcola negou fazer parte de facção e usou depoimento de ex-dirigente para justificar teoria Imagem: Reprodução/Record TV

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

23/08/2022 16h02Atualizada em 23/08/2022 16h02

Um homem usou o nome de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, criminoso condenado a mais de 300 anos e apontado como líder do PCC (Primeiro Comando da Capital), para ameaçar e pedir uma transferência bancária de R$ 20 mil a um empresário de São José do Rio Preto (SP). O crime foi registrado ontem pela Polícia Civil da cidade, mas nenhum suspeito foi identificado até o momento.

Marcola voltou às manchetes devido a uma operação da Polícia Federal que anunciou ter interrompido uma ação de resgate do PCC quanto a detidos em presídios do Distrito Federal e Rondônia, no último dia 10. Entre os alvos dos planos estava Marcola, que segue preso na Penitenciária Federal de Porto Velho.

Segundo o boletim de ocorrência, o homem ligou para o estabelecimento comercial da vítima, um empresário de 61 anos. Ele teria se identificado à vítima como sendo Marcola, líder do PCC, e dito que estaria na frente da loja, com cinco homens encapuzado. O suspeito teria dito ainda que não faria mal a ninguém, mas que o empresário deveria fazer o pagamento de R$ 20 mil via PIX a uma conta indicada.

Ainda no decorrer do telefonema, o empresário escreveu um bilhete para a gerente do local, avisando que deveria acionar a Polícia Militar. Na conversa, o falso Marcola ainda disse conhecer a mulher da vítima, bem como o gerente financeiro do negócio, chegando a citá-los nominalmente.

A vítima relatou à polícia que, em determinado momento, parou de responder à abordagem e desligou o telefone após alguns minutos.

Uma viatura da Polícia Militar foi até o local, mas nenhum suspeito foi encontrado nas redondezas. O caso foi registrado como ameaça e será investigado pelo 5º Distrito Policial da cidade.

Marcola segue preso

Marcola ganhou, mais uma vez, destaque na imprensa depois que conversas dele foram divulgadas. Nos diálogos, ele aparece falando com a esposa, que relata ter passado por um assalto — que acabou frustrado após a mulher ser reconhecida como esposa do detento —, dando conselhos ao filho e alegando em audiência que não lidera o PCC.

Preso há 23 anos e condenado a mais de 300 anos de prisão, Marcola vinha tendo as conversas no presídio monitoradas há um ano e meio.

Marcola, nega ser líder do PCC e afirma que passou a ser tachado como o comandante da facção criminosa, uma das maiores do país, após matar os antigos chefes, que eram seus inimigos, no início dos anos 2000, e teriam encomendado a morte dele e da ex-mulher, Ana Maria Olivatto.

A versão de Marcola para o histórico no crime foi dada em uma audiência de 2017, com o juiz Gabriel Medeiros, da comarca de Presidente Venceslau.