Homem admite que bebeu antes de batida que matou aniversariante e amiga
O condutor do veículo que capotou na BR-476, em Contenda (PR), tirando a vida das Gabrielly Sobota, 22, e Pamela Sitnek, 19, afirmou em depoimento que bebeu dois copos de vodka momentos antes do acidente. Murilo Müller Ferreira, 26, afirmou que perdeu o controle do carro e que as amigas não usavam cinto de segurança no momento do acidente. As mulheres morreram na hora.
A afirmação foi feita no depoimento dado na Delegacia da Lapa, Região Metropolitana de Curitiba, na segunda-feira (22). Murilo foi liberado em seguida. Segundo a mãe dele, o depoimento foi feito sem um advogado e a família ainda busca constituir uma defesa para Murilo (leia mais abaixo).
Murilo disse que conhecia as jovens havia pelo menos cinco meses e que foi buscar as amigas na casa de Gabrielly, para saírem para comemorar o aniversário de Pamela.
Durante a noite, eles teriam passado rapidamente em um bar e depois foram até uma tabacaria da cidade. Lá, Murilo disse que tomou o primeiro copo de vodka e fumou narguilé. Uma hora depois, eles foram até um posto de combustível e no local ele tomou mais um copo da bebida com energético antes de pegar o veículo e capotar.
Eles retornavam para a casa de Gabrielly, por volta das dez e meia da noite.
"Testemunhas confirmaram que realmente o Murilo estava bebendo com as meninas momentos antes do acidente. Mesmo ele morando em Curitiba, elas se encontravam com ele com certa frequência", afirma ao UOL o advogado que defende a família das jovens, Kival Della Bianca Paquete Junior.
De acordo com informações repassadas por Murilo para a polícia, somente ele usava cinto de segurança e por isso teve apenas algumas escoriações pelo corpo, porém sem gravidade. Ele chegou a ser encaminhado ao hospital e recebeu alta no mesmo dia.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, Murilo não fez o teste do bafômetro por já ter sido levado ao hospital antes da chegada dos policiais.
"Os familiares deixaram bem claro que não querem vingança. Eles querem justiça. A polícia não está medindo esforços para promover justiça. Duas testemunhas já foram ouvidas e outras pessoas vão ser ouvidas ainda nesta semana para esclarecer o que realmente aconteceu", diz o advogado.
Mãe de motorista se diz abalada
Em contato com o UOL, a mãe do motorista, Simone Müller, informou que todos estão bem abalados e, por enquanto, ninguém vai falar sobre o assunto. Durante o depoimento, o jovem se apresentou sem um advogado. Segundo a família, um profissional ainda deve ser contratado.
Em nota, a Polícia Civil do Paraná afirma que "ainda realiza diligências para apurar as circunstâncias dos fatos e que estão sendo feitas as análises das imagens do trajeto do acidente. A Polícia Civil também aguarda resultados das perícias para a elucidação do caso".
Ainda segundo a corporação, o delegado responsável pelo caso não concederá entrevista, conforme solicitado pela reportagem.
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