RJ: Carro-forte usado como 'caveirão' pela milícia de Tandera é apreendido
Policiais da Draco (Delegacia de Repressão as Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) apreenderam ontem um carro-forte usado por milicianos que integram o grupo de Danilo Dias Lima, o Tandera. Segundo a Polícia Civil, o veículo era usado pelos criminosos como "caveirão", o veículo blindado das forças de segurança, como o Bope (Batalhão de Operações Especiais), usado em operações nas comunidades do Rio de Janeiro.
De acordo com as investigações, o carro-forte era utilizado para intimidar milicianos e traficantes rivais e era usado também para deslocamentos específicos.
O veículo foi encontrado coberto com uma lona em um terreno com um galpão no bairro Cabuçu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, após equipes da Draco receberem informações do setor de inteligência.
O veículo, pintado nas cores azul e amarelo e com placa específica para este tipo de transporte, passará hoje por perícia para identificar sua origem.
Danilo Dias Lima, o Tandera, 36, é um dos criminosos mais procurados do Rio. Ele era homem de confiança de Welligton da Silva Braga, o Ecko - chefe do maior grupo paramilitar que atua no RJ e foi morto em 2021 em uma operação da Polícia Civil para prendê-lo.
Após desentendimentos, a dupla rompeu a aliança e passou a controlar pontos diferentes do Rio. Luis Antonio da Silva Braga assumiu o controle do grupo até então chefiado pelo irmão - o Bonde do Ecko.
Tandera é considerado foragido da Justiça desde 2016.
Irmão de Tandera foi morto no sábado
O irmão de Tandera, Delson Lima Neto, foi morto em confronto com a polícia no sábado (20). Delsinho, como era conhecido, era a segunda pessoa na hierarquia da milícia chefiada pelo irmão. Ele e outros três milicianos foram mortos em um sítio na Baixada Fluminense.
A Polícia Civil suspeita que o grupo de Tandera tenha envolvimento no sumiço de quatro jovens em Nova Iguaçu recentemente.
Matheus Costa, 21, Douglas de Paula, 22, Adriel Bastos, 24 e Jhonatan Alef, 28, estavam em um carro de aplicativo quando foram rendidos por homens armados. Segundo testemunhas, o grupo precisou deitar no chão e teve as mãos amarradas. A namorada de um dos jovens e o motorista do carro foram liberados e escaparam do sequestro.
Ontem, o corpo de um dos quatro jovens foi encontrado e reconhecido pela família no IML (Instituto Médico Legal) de Nova Iguaçu. Matheus foi reconhecido pela tatuagem e teve a identidade confirmada pela digital.
Um segundo corpo foi encontrado no Rio Capenga, na região, mas ainda não foi identificado.
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