Caso Evandro: Filho de Beatriz Abagge é morto pela polícia em MS
O filho de Beatriz Abagge, envolvida no caso Evandro, foi morto no sábado (10) após confronto com agentes de polícia da SIG (Serviço de Investigações Gerais, da Polícia Civil), em Fátima do Sul (MS). Luccas Abagge era considerado foragido pela Justiça após fugir na semana passada da Penitenciária Estadual de Dourados, segundo a Polícia Civil.
Ele era procurado por se tratar de uma pessoa "perigosa com passagens por homicídio e uso de documento falso, além de fugas do sistema penitenciário", de acordo com a corporação.
Segundo a polícia, ele estava montando um plano para executar sua ex-namorada, por suspeitar que ela o teria denunciado quando ele foi capturado na cidade de Ponta Porã (MS), tendo já até comprado armas de fogo para a execução.
Na investigação, a polícia localizou o foragido e ao chegar à residência de Abagge, ele disparou contra os guardas, que revidaram a agressão.
Ele foi atingido e resgatado ainda com vida, sendo levado ao hospital, mas não resistiu e morreu após dar entrada na unidade de saúde.
Fuga
Abagge estava no Raio 2 da penitenciária - onde ficam os presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Para fugir, ele usou uma "tereza" - corda improvisada feita com pedaços de pano. Ele passou por dois alambrados e escalou uma muralha.
O suspeito estava preso desde junho deste ano, quando tentou entrar no estado pela cidade de Ponta Porã, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Como foi condenado por homicídios praticados no Paraná, ele apresentou uma Carteira Nacional de Habilitação falsa ao ser abordado por policiais militares durante uma blitz.
O documento estava em nome de "Evandro Oliveira Ribeiro". Depois de constatar que se tratava de um documento falso, os PMs verificaram que o suspeito tinha um mandado de prisão no estado do Paraná.
Caso Evandro
Em 1992, o garoto Evandro Ramos Caetano, 6, foi sequestrado. Alguns dias depois, o corpo dele foi encontrado em um matagal de Guaratuba (PR) com órgãos arrancados e pés e mãos cortados. Na época, um grupo foi preso acusado de praticar "bruxaria".
Entre essas pessoas, estavam Celina Abagge, esposa do prefeito de Guaratuba, e a filha do casal, Beatriz Abagge. No primeiro julgamento, realizado em 1998, Beatriz e Celina foram absolvidas.
O Ministério Público, no entanto, recorreu da decisão e conseguiu um novo julgamento — mas apenas Beatriz foi julgada novamente, já que o crime estava prescrito para a mãe, porque ela já tinha 70 anos.
Em 2016, Beatriz conseguiu o perdão da pena pelo Tribunal de Justiça do Paraná — mesmo tendo sido condenada a 21 anos de prisão.
Desculpas a Beatriz Abagge
O governo do estado do Paraná publicou carta oficial com pedido de desculpas a Beatriz Abagge, uma das condenadas pela morte do menino, no início dos anos 1990. O documento é assinado pelo secretário estadual de Justiça, Trabalho e Família, Ney Leprevost. Áudios descobertos pelo podcast "Projeto Humanos" mostraram que houve tortura contra as Abagge, para que elas confessassem falsamente o crime.
"Expresso meu veemente repúdio ao uso da máquina estatal para prática de qualquer tipo violência, e neste caso em especial contra o ser humano para obtenção de confissões, e diante disto é que peço, em nome do Estado do Paraná, perdão pelas sevícias indesculpáveis cometidas no passado contra a senhora", escreveu Leprevost.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.