Pescador resolve mistério de caça brasileiro desaparecido há 40 anos
Um pescador na Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul, foi fundamental para ajudar a encontrar destroços identificados como do caça F5E Tiger II da FAB (Força Aérea Brasileira) desaparecido há 40 anos.
Josoé Ortiz percebeu que suas redes de tainha se prenderam em algum objeto submerso nas proximidades do banco das desertas e acionou o piloto civil Cristian Yanzer de Lima, que procurava pistas do caça há cinco anos.
A dica de Ortiz levou FAB, Marinha e o Corpo de Bombeiros a acharem diversas partes da aeronave, como os motores, trem de pouso, canhão, pilones, pedaços da fuselagem, fragmentos das asas, entre outros componentes.
As buscas começaram com Lima, que utilizou um sistema de sonar utilizado para busca e detecção de objetos embaixo d'água.
"Na ocasião, reflexos metálicos visíveis na tela do equipamento indicavam muitas peças, algumas grandes, espalhadas pelo leito da Lagoa, em um local distinto do que esperávamos, e a cerca de 100 metros do local onde as redes estavam colocadas. Com as imagens de sonar e as peças entregues pelo Josoé, imediatamente contatei o 5º Comar".
Segundo o Comandante do 5º Comar (Quinto Comando Aéreo Regional), major-brigadeiro do ar Marcelo Fornasiari Rivero, as buscas duraram três dias, de quarta-feira (7) até sábado (10). "Nessa operação conjunta, foi possível recolher todos os destroços que foram mapeados, nos dando a certeza de pertencerem à aeronave desaparecida há 40 anos".
O chefe da assessoria de segurança de Voo da Baco (Base Aérea de Canoas), major-aviador Cyríaco Bernardino Duarte de Almeida Brandão Júnior, disse que os destroços do caça foram encontrados a uma profundidade aproximada de 7,5 metros.
Desaparecimento do caça
Em julho de 1982, o caça pilotado pelo tenente-aviador Edson Luiz Chiapetta Macedo desapareceu enquanto realizava um combate simulado com outra aeronave, na área de treinamento da lagoa. Apesar das buscas, nunca havia sido encontrado qualquer vestígio do jato ou do piloto.
Anos depois, o tenente desaparecido foi promovido post-mortem ao posto de major, ou seja, uma promoção para expressar o reconhecimento ao militar morto no cumprimento do dever ou em consequência disto.
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