Topo

Esse conteúdo é antigo

Racismo e homofobia: mulher é presa ao causar confusão em restaurante do RJ

Tatiana Campbell

Colaboração para o UOL, no Rio de Janeiro

21/09/2022 10h18

Uma mulher de Foz do Iguaçu foi presa em flagrante pelo crime de injúria racial contra uma funcionária, que é negra, no restaurante Mãe Joana, em Botafogo, no Rio de Janeiro. O caso aconteceu na noite de domingo (18). A confusão foi flagrada em vídeos feitos por clientes que estavam no local e se revoltaram com a cena. Em meio à discussão, Camila Berta, 32, aparece chamando a vítima de "macaquinha".

"Eu estava em uma pausa do trabalho, jantando com uma colega, quando essa mulher começou a se irritar, porque estava com fome, e nós estávamos lá comendo. Ela ainda falou: 'tinha que ser sapatão'. Foi homofóbica, mas não parou por, aí", disse a vítima, Lizandra Souza, 27, em conversa com o UOL. Camila afirmou à reportagem que as acusações são falsas, mas que só se pronunciará oficialmente por meio de uma advogada.

Segundo Lizandra, após a fala, as funcionárias questionaram a atitude da mulher e as ofensas racistas tiveram início. A jovem relata que chegou a oferecer a própria comida para a cliente se acalmar, já que ela reclamava da demora do pedido. Segundo Lizandra, Camila Berta pegou o prato, cheirou e disse que não gostava da comida.

"Uma colega então a repreendeu dizendo que ela tinha tocado na minha comida. Foi quando ela disse: 'A macaquinha me deu'", relata Lizandra.

Foi como um soco no estômago, nunca passei por isso. Foi horrível, me senti muito mal.

Após a injúria racial, clientes que presenciaram o crime começaram a chamar a mulher de racista e a vaiar. Em vídeos, é possível ver a confusão no restaurante.

Camila ainda rebate: "A minha mãe é preta, sua filha da p***. Vem na porrada, sua filha da p***', grita a mulher, para uma outra funcionária.

Camila, que mora em Foz do Iguaçu (PR), estava na companhia de um amigo, que tentou contê-la.

A Polícia Civil foi acionada e agentes da 12ª DP (Copacabana) foram até o local e a prenderam em flagrante. No entanto, Camila pagou uma fiança de R$ 2 mil e foi liberada.

Por meio de nota, o estabelecimento Mãe Joana emitiu uma nota lamentando o ocorrido.

"O Mãe Joana é um espaço inclusivo e acolhedor onde todos são bem-vindos! Aqui não há distinção de raça, orientação sexual, gênero, time, religião, nacionalidade. As funcionárias da casa já levaram o assunto à Delegacia de Copacabana. A Direção do Mãe apoia, se solidariza com as colaboradoras e, ao lado delas, vai tomar todas as medidas cabíveis em busca de justiça, igualdade e respeito", diz o comunicado.