Cantor vai parar no hospital após beijo em encontro o deixar irreconhecível
O cantor amapaense Jhimmy Feiches, 29, foi parar na emergência hospitalar "devido a um beijo", em Macapá. Isso porque o jovem tem alergia a crustáceos e, embora não tivesse ingerido esse tipo de alimento, foi beijado durante um aniversário de relação, após o namorado comer camarões. A comemoração acabou no pronto-socorro.
O episódio ocorreu em agosto e foi narrado no Twitter, nesta semana, depois de um caso de alergia severa a camarão, chamada de angiodema, viralizar. O cantor relata que nenhum dos dois sabia que o contato por meio do beijo poderia despertar quadros alérgicos. Como ele comeu apenas carne, eles nem cogitaram a possibilidade de crise.
"Desde então, a gente tem o cuidado triplicado. Observando o meu histórico de reações a crustáceos, as crises alérgicas ficaram cada vez mais fortes com o tempo, mesmo nesse caso de contato com quem apenas consumiu o alimento", diz Feiches.
Ele afirma que sentiu coceira nos olhos e percebeu o rosto inchar, mas tomou um antialérgico e dormiu. Já pela manhã, seus olhos não abriram e ele os sentia muito pesados. Levado ao hospital, foram necessárias duas injeções antialérgicas para conter o quadro.
O cantor ainda complementa: "O episódio aconteceu de sábado para domingo e, depois dos medicamentos, dormi por 24 horas. Sentia muito sono e acordei só para almoçar. Faltei no trabalho na segunda-feira e na terça-feira, pois a sonolência era constante e o olho ainda estava inchado nesse período".
Seu namorado ficou preocupado no momento, mas o caso virou motivo de risada, já que, segundo Jhimmy, seu rosto ficou irreconhecível.
Jhimmy sempre soube da alergia, que se manifestou logo apos a infância. "Como sou do Amapá, os pratos típicos têm muito camarão e as crises foram ficando mais fortes, até eu anular esse fruto do mar da minha vida", afirma.
A preocupação com o assunto é constante: ele relata que quando sua mãe prepara pratos típicos da região com camarão ou caranguejo, ele precisa ficar longe, já que até o vapor do preparo do alimento lhe causa coceira no rosto.
Já passado o perigo, a história divertiu muita gente. Entre as reações à postagem, teve quem brincou, classificando o carinho como "beijo tóxico" e também quem se identificou com a situação. "Há algumas semanas eu fiquei assim, porque comi carne de porco sem querer. É horrível", dizia um comentário. "Eu sou alérgica e meu marido ama camarão. Não deixo nem chegar perto quando ele come", completou outro.
Todo cuidado é pouco
De acordo com a médica alergologista Cristina Abud de Almeida, dependendo da gravidade da alergia, um beijo pode ocasionar problemas sérios, que vão de crises a lesões. Por isso, é preciso sempre verificar em rótulos se há a proteína ou alguma substância que o indivíduo não pode ingerir — seja ovo, leite, amendoim, camarão ou mesmo condimentos e corantes.
Ela afirma que, quando a pessoa for se alimentar fora de casa, principalmente em restaurantes ou locais desconhecidos, é importante comunicar ao garçom ou ao chef de cozinha que possui aquele tipo de alergia, para que sejam tomados cuidados que vão até mesmo na manipulação do alimento e de objetos, como talheres ou panelas. Eles podem "contaminar" a refeição do paciente.
"Por exemplo, se alguém está preparando camarão e utiliza a mesma colher para preparar um prato sem o fruto do mar, existe a chance de uma pessoa alérgica, que provar o alimento sem camarão, ficar com lesões ou sintomas sem sequer entender o motivo inicial, já que ela supostamente não ingeriu nada que não poderia", diz Cristina.
Por isso, a especialista recomenda que, se houver a ingestão de um alimento alérgico, o indivíduo deve buscar auxílio em um pronto atendimento imediatamente.
"A pessoa alérgica não deve, jamais, entrar em contato com o alimento fruto da alergia. Muito menos tentar ingeri-lo. Mesmo que utilize algum antialérgico, acreditando que isso pode diminuir riscos"
Cristina Abud de Almeida, médica alergologista
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