Topo

Esse conteúdo é antigo

'Tive vontade de chorar' diz mulher que ajudou autista agredido em ônibus

Adolescente foi agredido dentro de ônibus - Reprodução
Adolescente foi agredido dentro de ônibus Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

05/11/2022 13h34

A assistente social Carla Nascimento, 42, afirma não se arrepender de ter ajudado um adolescente autista de 16 anos que foi agredido dentro de um ônibus em Maricá (RJ).

Nascimento estava no mesmo ônibus que o adolescente. A assistente social ajudou o adolescente a sair do ônibus e o levou até a casa dele. No caminho, percebeu que ele estava muito nervoso e ficava pedindo desculpa o tempo todo.

"O menino foi muito educado e gentil, me chamava de senhora e estava preocupado por eu ter saído da minha rota. Esse tempo todo, enquanto eu tentava acalmar ele, eu só sentia vontade de chorar, fiquei muito impactada com tudo acontecendo. Eu me senti envergonhada, fiquei pensando que eles certamente perceberam que o menino tinha alguma dificuldade e, por isso, começaram a atacar ele. Senti vergonha do ser humano, vergonha de ver como um grupo pode ser tão cruel nesse ponto", afirma Nascimento em entrevista ao jornal O Globo.

Agressão: O adolescente foi empurrado no chão e levou socos de um grupo de três jovens. O adolescente voltava sozinho para casa quando foi abordado pelo grupo.

De acordo com Nascimento, ele ficou com a boca ensanguentada e com hematomas na cabeça e no pescoço. O caso está sendo investigado pela prefeitura de Maricá.

Mãe de adolescente lamentou situação: A mãe do adolescente, Rosane Réde, disse em seu Facebook que o dia foi difícil e que precisou "digerir a covardia e barbárie" que fizeram com seu filho.

Réde agradeceu ao apoio e solidariedade que recebeu de várias pessoas e disse que espera que isso nunca mais aconteça nem com seu filho nem com outras crianças e adolescentes.

"Três para bater em um menino que não faz mal pra ninguém, que é incapaz de fazer maldade pra uma pessoa, é muita maldade. Eu luto tanto para evolução do meu filho, para a independência dele, daí vem uns monstros desses pra interromper tudo", escreveu.

A família registrou um BO (boletim de ocorrência sobre o caso).