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Quem são as professoras mortas em atentado em escola no Espírito Santo

Do UOL, em São Paulo

25/11/2022 19h39Atualizada em 25/11/2022 21h46

Professora de matemática, Cybelle Passos Bezerra Lara, 45, desenvolveu uma dissertação de mestrado para mostrar os benefícios na aprendizagem da disciplina com o uso de números inteiros. Evangélica e casada havia 19 anos, Maria da Penha de Melo Banhos, 48, lecionava artes e deixou três filhos.

Elas são as duas professoras mortas durante ataque a tiros na Escola Estadual Primo Bitti, em Aracruz (ES), a 81 quilômetros de Vitória, na manhã desta sexta-feira. As informações foram divulgadas pela Secretaria do Estado da Educação.

Um adolescente de 16 anos foi apreendido suspeito de ser o autor dos disparos que deixaram ao menos três mortos em duas unidades de ensino da cidade. De acordo a Polícia Civil, ele é filho de um tenente da Polícia Militar, teria usado as armas do pai e se entregou no momento da detenção.

Quem eram as professoras? Cybelle era efetiva na escola desde 2018 e era mestra em matemática pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) desde 2021. A tese da docente mostrava como a defasagem matemática dos alunos motivou a busca de uma metodologia de ensino que aumentasse a eficiência do aprendizado.

Em 2019, segundo uma notícia do site da secretaria de educação, Cybelle organizou uma mostra de matemática com jogos e experimentos da UFES.

Maria da Penha era formada em pedagogia e dava aulas na escola desde março de 2022. Professora havia 12 anos, a docente de arte tinha foco em atuação na Educação Infantil e Séries iniciais. Evangélica da Igreja Assembleia, era casada havia 19 anos e mãe de três filhos, de 16, 9 e 5 anos.

Nas redes sociais, Maria da Penha publicava fotos com os filhos e o marido, além de registros na igreja.

Maria da Penha é uma das professoras morta em atentado em escola de Aracruz (ES) - Arquivo pessoal - Arquivo pessoal
Maria da Penha é uma das professoras morta em atentado em escola de Aracruz (ES)
Imagem: Arquivo pessoal

Como foi o atentado

Imagens feitas por câmeras de segurança registraram a ação do atirador no Centro Educacional Praia do Coqueiral, a segunda escola invadida na manhã de hoje, onde uma criança do 6º ano fundamental acabou morta. Os vídeos mostram a entrada do suspeito —ele usa um macacão e um chapéu camuflados, uma máscara com sorriso de caveira e um cinto preto em volta da cintura, aparentemente preparado para guardar munições.

Leia também: Em Colatina, também no Espírito Santo, escola é palco de outro ataque nesta sexta-feira

Levando uma arma nas mãos, o infrator atravessou o portão do colégio, após arrebentar um cadeado, e correu em direção à porta de acesso ao prédio onde ficam as salas de aula. Ele então começa uma "caçada" pelos corredores da escola, correndo por diversas áreas do edifício e esticando a arma com frequência, ficando em posição para atirar.

Um dos trechos mostra dois alunos e uma funcionária caminhando por um corredor quando, de repente, ouvem a ação do atirador. Eles então começam a correr e se separam em busca de refúgio, sendo seguidos.

Uma outra câmera capturou um aluno correndo para dentro de uma sala de aula vazia, com a mão na barriga. Logo em seguida, o garoto cai no chão, ensanguentado na região do abdômen.

Toda a ação no colégio durou pouco menos de dois minutos. Segundo informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Espírito Santo, três pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas nos dois atentados.

Investigação

A polícia investiga se houve algum outro envolvido no crime que poderia ter ajudado na condução do veículo usado na ação, um Renault Duster de cor dourada.

De acordo com o capitão da PM Sérgio Alexandre, o atirador estava munido de uma pistola e carregadores quando invadiu a primeira unidade de ensino. Ele teria ido diretamente à sala dos professores, onde teria ameaçado profissionais no local e deu início aos disparos.

O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Márcio Celante, está em Aracruz, para acompanhar a ocorrência de ataque a unidades educacionais.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Em mestrado se faz dissertação, não tese como foi informado anteriormente. A informação foi corrigida.