Quem são as professoras mortas em atentado em escola no Espírito Santo
Professora de matemática, Cybelle Passos Bezerra Lara, 45, desenvolveu uma dissertação de mestrado para mostrar os benefícios na aprendizagem da disciplina com o uso de números inteiros. Evangélica e casada havia 19 anos, Maria da Penha de Melo Banhos, 48, lecionava artes e deixou três filhos.
Elas são as duas professoras mortas durante ataque a tiros na Escola Estadual Primo Bitti, em Aracruz (ES), a 81 quilômetros de Vitória, na manhã desta sexta-feira. As informações foram divulgadas pela Secretaria do Estado da Educação.
Um adolescente de 16 anos foi apreendido suspeito de ser o autor dos disparos que deixaram ao menos três mortos em duas unidades de ensino da cidade. De acordo a Polícia Civil, ele é filho de um tenente da Polícia Militar, teria usado as armas do pai e se entregou no momento da detenção.
Quem eram as professoras? Cybelle era efetiva na escola desde 2018 e era mestra em matemática pela UFES (Universidade Federal do Espírito Santo) desde 2021. A tese da docente mostrava como a defasagem matemática dos alunos motivou a busca de uma metodologia de ensino que aumentasse a eficiência do aprendizado.
Em 2019, segundo uma notícia do site da secretaria de educação, Cybelle organizou uma mostra de matemática com jogos e experimentos da UFES.
Maria da Penha era formada em pedagogia e dava aulas na escola desde março de 2022. Professora havia 12 anos, a docente de arte tinha foco em atuação na Educação Infantil e Séries iniciais. Evangélica da Igreja Assembleia, era casada havia 19 anos e mãe de três filhos, de 16, 9 e 5 anos.
Nas redes sociais, Maria da Penha publicava fotos com os filhos e o marido, além de registros na igreja.
Como foi o atentado
Imagens feitas por câmeras de segurança registraram a ação do atirador no Centro Educacional Praia do Coqueiral, a segunda escola invadida na manhã de hoje, onde uma criança do 6º ano fundamental acabou morta. Os vídeos mostram a entrada do suspeito —ele usa um macacão e um chapéu camuflados, uma máscara com sorriso de caveira e um cinto preto em volta da cintura, aparentemente preparado para guardar munições.
Leia também: Em Colatina, também no Espírito Santo, escola é palco de outro ataque nesta sexta-feira
Levando uma arma nas mãos, o infrator atravessou o portão do colégio, após arrebentar um cadeado, e correu em direção à porta de acesso ao prédio onde ficam as salas de aula. Ele então começa uma "caçada" pelos corredores da escola, correndo por diversas áreas do edifício e esticando a arma com frequência, ficando em posição para atirar.
Um dos trechos mostra dois alunos e uma funcionária caminhando por um corredor quando, de repente, ouvem a ação do atirador. Eles então começam a correr e se separam em busca de refúgio, sendo seguidos.
Uma outra câmera capturou um aluno correndo para dentro de uma sala de aula vazia, com a mão na barriga. Logo em seguida, o garoto cai no chão, ensanguentado na região do abdômen.
Toda a ação no colégio durou pouco menos de dois minutos. Segundo informações da Secretaria Estadual de Segurança Pública do Espírito Santo, três pessoas morreram e outras 11 ficaram feridas nos dois atentados.
Investigação
A polícia investiga se houve algum outro envolvido no crime que poderia ter ajudado na condução do veículo usado na ação, um Renault Duster de cor dourada.
De acordo com o capitão da PM Sérgio Alexandre, o atirador estava munido de uma pistola e carregadores quando invadiu a primeira unidade de ensino. Ele teria ido diretamente à sala dos professores, onde teria ameaçado profissionais no local e deu início aos disparos.
O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, coronel Márcio Celante, está em Aracruz, para acompanhar a ocorrência de ataque a unidades educacionais.
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