'Acolheram no coração': menina com ossos de vidro conclui alfabetização
Aos seis anos, Helena Gabrielle de Souza Passos, mais conhecida como Lelê, recebeu o diploma de conclusão do Ensino Infantil em uma escola municipal de Boa Vista na quarta-feira (14). A formatura foi um momento especial, já que a criança nasceu com uma condição rara chamada "osteogênese imperfeita", o que tornou sua adaptação na escola um grande desafio.
Por isso, a mãe da garotinha diz que a conclusão desta etapa educacional representa muito mais do que o fechamento de um ciclo. "Foi o ápice de seis anos de muita luta. Helena era apenas uma possibilidade quando nasceu e se tornou uma bela certeza", contou Kelly Renata de Souza Passos, 39, em entrevista ao UOL. Ela é estudante de curso técnico em enfermagem e acompanha a filha no dia a dia de estudos e tratamentos.
Enquanto estudava o alfabeto, Lelê também aprendia a se resguardar e conviver com o risco de uma fratura. "[A osteogênese imperfeita] causa atrasos. Ela não conseguia segurar um lápis por muito tempo no início. Ela sempre esteve mais suscetível a adoecer", diz Kelly.
Kelly explica que a deficiência de filha causa o enfraquecimento muscular, o que resulta na fragilidade dos ossos - também chamados "de vidro" - e em fraturas pelo corpo. A condição rara só foi descoberta após o nascimento, quando Lelê teve 20 fraturas.
"Desde a primeira semana de vida, já vivemos essa realidade de tratamento, cientes de que a doença não tem cura, mas tem uma melhora da qualidade de vida."
Kelly Renata de Souza Passos - 39 anos, estudante de curso técnico em enfermagem e mãe de Lelê.
Nessa jornada, a inclusão e a sensibilidade da equipe escolar foram essenciais para a conclusão da alfabetização. Ao UOL, Kelly demonstra gratidão aos funcionários da Escola Municipal Professora Danúbia Carvalho de Oliveira. "Mais do que acolher na escola, eles a acolheram no coração".
Além disso, o acolhimento carinhoso recebido permitiu que Lelê absorvesse o máximo de aprendizado e criasse vínculos com todos. "Ela ama a escola, os coleguinhas e todos a amam muito, desde a tia do portão à gestão da escola".
A família também se dedica incansavelmente em possibilitar que a criança possa aproveitar sua etapa de aprendizado. "Sempre fomos muito incentivadores, sempre acreditamos no potencial da Lelê desde o início. Então, se ela não conseguia ir para a aula, buscávamos dar o conteúdo em casa, com a supervisão da escola".
Agora, Kelly deseja que o novo ciclo de Lelê seja repleto de novas conquistas. "Queremos que ela seja feliz, que faça amigos, que se sinta inclusa e que acima de tudo realize todos os sonhos dela".
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