Atiradores acusam casal de despachantes de golpe em venda de armas em SP
Ao menos 80 pessoas afirmam ter sido vítimas de um golpe ao comprarem armas com um casal de despachantes em São Paulo.
Passo a passo do golpe, segundo as vítimas
- Os suspeitos Edi Carlos Prado Cheiquiti e Flaviane Gonçalves Fernandes cobraram R$ 5.000 por registro de CAC (categoria que reúne caçadores, atiradores e colecionadores) e arma.
- As provas de tiro e escrita, necessárias para o cadastro, aconteceram de forma rápida e intermediada pelo casal.
- Em média, as vítimas afirmam ter esperado ao menos 6 meses pelo registro.
- Depois, dizem que as armas prometidas não foram entregues e os despachantes pararam de atendê-los.
Colocamos à disposição de nossos clientes um advogado. Estamos resolvendo os casos, por ordem de data de pagamento
Trecho da nota redigida pelo casal de despachantes
Ao menos quatro pessoas registraram boletins de ocorrência contra o casal e falaram com a reportagem, mas apenas uma quis se identificar. Eles decidiram entrar com uma ação conjunta na Justiça por danos morais.
Os compradores afirmam que Edi cumpria os prazos e entregava as armas. Mas, de um ano e meio para cá, os golpes começaram.
A Polícia Civil investiga os crimes de estelionato e porte irregular de arma de fogo. Em nota, o Exército diz que não há previsão legal para a atuação de despachantes nesse tipo de segmento.
Tive certeza que era um golpe quando todos os funcionários pediram demissão e traziam à tona relatos sobre temerem pelas próprias vidas"
Alfredo da Silveira, escrevente de cartório e uma das vítimas
Um dos compradores diz ter começado a cobrar pela entrega do armamento prometido desde agosto, o que nunca ocorreu.
Outras duas vítimas também contam que não obtiveram mais resposta quando começaram a cobrar pela arma.
Os despachantes conseguem encaixar os processos para andar mais rapidamente, porque têm proximidade com donos de loja de armas ou clubes de tiro. Se eles não apresentarem algum diferencial, não vão conseguir nada. Os golpes se intensificaram agora, que há uma corrida em busca de armas de fogo"
Roberto Uchôa, policial federal e pesquisador em segurança pública
De acordo com Uchôa, com o registro em mãos, a pessoa pode adquirir arma de fogo por conta própria.
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