Mulher é indiciada por estelionato após fingir ter câncer e aplicar golpes
A Polícia Civil de Goiás indiciou uma mulher de 27 anos por estelionato após ela fingir ter câncer para arrecadar dinheiro e aplicar golpes em Morrinhos (GO). Camilla Maria Barbosa dos Santos realizava campanhas e rifas nas redes sociais para ajudar no tratamento.
Além de vídeos e relatos publicados nas redes sociais, Camilla também mostrava a cabeça raspada, como consequência do tratamento da doença. No entanto, o delegado Fernando Nogueira Boaventura Gontijo, explicou que, em nenhum dos documentos apresentados por ela, há a comprovação da doença.
Em depoimento à polícia, a suspeita disse que foi diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 2017, mas que havia se curado, e que em meados do ano passado recebeu o diagnóstico novamente, já com metástase no intestino e pulmão após pegar dengue.
Em um vídeo divulgado pela polícia, Camilla se apresentava e falava sobre a batalha contra a doença. Uma publicação mostra que Camilla teria pedido dinheiro para fazer uma ressonância e poder voltar para casa. Outro post divulgado pela polícia mostra a organização de um almoço beneficente para ajudá-la.
De acordo com a polícia, diversas pessoas foram até a delegacia após ter ajudado Camilla financeiramente para que ela conseguisse comprar remédios e realizar exames. As vítimas, incluindo pessoas próximas à mulher, relataram que começaram a desconfiar da veracidade da história devido às atitudes dela.
As primeiras denúncias começaram há cerca de dois meses. O inquérito foi concluído pela polícia nesta quinta-feira (5).
O hospital Araújo Jorge, indicado por Camilla como local de tratamento desde julho de 2022, porém, negou que ela tenha sido paciente. À polícia, a mulher disse que fez sete sessões de quimioterapia ao longo de quatro meses, mas que os atendimentos foram suspensos porque o prontuário médico teria sumido.
Os responsáveis pela unidade relataram que ela foi flagrada "tirando fotos em uma maca no setor de quimioterapia" e utilizando um cartão de identificação interno do hospital em nome de terceiros. Sendo assim, pelas "reiteradas e irregulares condutas", passou a ser retirada da instituição.
Além disso, o delegado explicou que em buscas e apreensões realizadas na residência não localizaram documentos que comprovassem a doença, e que Camilla também disse não ter laudos comprobatórios.
O UOL entrou em contato com Camilla pelas redes sociais para saber se ela deseja se pronunciar. Caso haja resposta, esta nota será atualizada.
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