SP: Vídeo mostra apelo de mãe de obeso de 25 anos morto após 8h sem socorro
Vídeos feitos pela família de Vitor Augusto Marcos, 25, mostram o desespero por socorro da mãe do jovem de 195 kg que morreu de parada cardiorrespiratória sem atendimento hospitalar, na tarde de ontem. Ele passou por três hospitais na capital paulista, com dois deles alegando que não tinham uma maca adequada para transportar pacientes obesos.
Com ajuda de uma prima do rapaz, Andréia Marcos chegou a fazer uma transmissão ao vivo no Facebook quando o jovem estava no segundo hospital indicado pelo sistema integrado de saúde, o Vila Nova Cachoeirinha. Ela pedia ajuda de amigos para encontrar uma vaga para o filho, que esperava pelo atendimento deitado no assoalho de uma ambulância — o veículo de resgate também não dispunha de maca apropriada para seu peso.
Meu nome é Andréia Marcos da Silva, uma mãe desesperada, uma mãe que está com o filho aqui nesse hospital, Hospital Vila Nova Cachoeirinha, meu filho precisa de uma vaga, pegaram uma vaga errada, meu filho precisa de ajuda, precisa ir para um hospital com suporte. Socorro, meu filho vai morrer dentro da ambulância? Eu quero só o direito dele, uma vaga, para ele lutar pela vida. Eu preciso tirar o meu filho daqui.
Andréia Marcos da Silva, mãe de Vitor, em transmissão no Instagram
A família ainda deu entrada em outros dois hospitais da capital paulista, Mandaqui e Taipas, mas enfrentou falta de vaga e falta de maca.
"É direito do obeso, meu filho está morrendo, tem três horas que meu filho está dentro da ambulância. É descaso, cadê o órgão público?", questionou Andréia em outro vídeo, feito no último hospital, depois de 5h de peregrinação, enquanto algumas testemunhas sugeriam que ela chamasse a polícia para resolver a situação.
Apesar dos pedidos da mãe de Vitor, o jovem acabou morrendo sem atendimento hospitalar, após sofrer três paradas cardíacas dentro da ambulância, sendo socorrido pela equipe do Samu que o acompanhava.
Os hospitais que receberam o jovem foram indicados à equipe que o transportou via sistema integrado de saúde da CROSS (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde) — cuja função é destinar pacientes da rede estadual levando em conta a disponibilidade das unidades de saúde e os recursos necessários para o atendimento.
Ao UOL, a Secretaria Estadual de Saúde declarou que "lamenta o ocorrido e investiga o atendimento realizado ao paciente para que sejam tomadas as devidas providências", manifestando solidariedade à família do rapaz.
A pasta também alegou que as recusas no atendimento a Vitor não tem relação com a Cross, "que é apenas um serviço intermediário entre os serviços de origem e de referência".
"A definição de prioridade dos casos é feita pelos municípios de origem dos pacientes, que também são responsáveis por inserir as demandas no sistema. A demanda é distribuída de forma descentralizada na rede, considerando que há regulações municipais ou regionais, com os respectivos serviços de referência para sua área de abrangência", concluiu o comunicado, sem comentar a falta de macas para pessoas obesas nos hospitais mencionados pela família do paciente.
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