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Cobra-coral é gravada vomitando cobra-de-duas-cabeças: 'cardápio varia'

Cobra coral-verdadeira foi encontrada por biólogo em Santa Catarina, mas não pôde ser devolvida à natureza por causa de protocolos para produção de soro antiofídico - biologo.christian/Instagram
Cobra coral-verdadeira foi encontrada por biólogo em Santa Catarina, mas não pôde ser devolvida à natureza por causa de protocolos para produção de soro antiofídico Imagem: biologo.christian/Instagram

Do UOL, em São Paulo

12/01/2023 15h42Atualizada em 19/01/2023 16h11

Um biólogo catarinense que fez o resgate de uma cobra-coral-verdadeira se assustou ao perceber que, no dia seguinte à captura, o animal tinha regurgitado uma anfisbênia, réptil popularmente conhecido como "cobra-de-duas-cabeças".

Christian Raboch, que é biólogo da Fujama (Fundação Jaraguaense de Meio Ambiente), resgatou o animal na casa de uma vizinha em Jaraguá do Sul.

"Pelo padrão de coloração, tamanho da cabeça, tamanho dos olhos, consegui identificar que era uma coral verdadeira", explicou ao UOL.

A cobra, de 60 centímetros, não pôde ser devolvida à natureza por interesse médico e ficou abrigada em um balde com uma vasilha de água até o dia seguinte.

Quando o biólogo foi trocar a água, porém, ele viu que o bicho tinha regurgitado devido ao estresse da captura.

"Mais vale um animal estressado e vivo, do que simplesmente morto", afirmou na publicação.

Ao UOL, o biólogo explicou que a coral-verdadeira é um animal que faz ofiofalgia, se alimentando de outras serpentes. Além do réptil de "duas cabeças", a cobra também se alimenta de cobras dormideiras e até mesmo da cobra-coral-falsa.

"As serpentes engolem os outros animais, elas não mastigam. O cardápio delas varia", detalhou.

Como a espécie é uma das mais venenosas do Brasil, o padrão seguido pelo biólogo foi de encaminhar o animal até o Instituto Butantan. No local, ele passa pela extração de veneno para produção de soro antiofídico.