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'Emoção fora do comum', diz mãe de siamesas sobre recuperação das filhas

As gêmeas Heloá e Valentina, de 3 anos; elas passaram por uma cirurgia de separação em Goiás - Divulgação/Secretaria de Estado da Saúde Governo de Goiás
As gêmeas Heloá e Valentina, de 3 anos; elas passaram por uma cirurgia de separação em Goiás Imagem: Divulgação/Secretaria de Estado da Saúde Governo de Goiás

Do UOL, em São Paulo

13/01/2023 20h56Atualizada em 13/01/2023 22h01

Waldirene Do Prado, mãe das gêmeas siamesas que passaram por uma cirurgia de separação em Goiás, disse que está emocionada com o resultado da operação. Valentina e Heloá, ambas com 3 anos, eram unidas pela bacia e foram submetidas ao procedimento no Hecad (Hospital Estadual da Criança e do Adolescente) nesta quarta-feira (11).

"É uma emoção fora do comum. Eu não tenho explicação para dizer o tanto que é emoção", disse ela ao UOL.

Segundo Waldirene, as crianças ainda estão internadas na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), desacordadas. "Foi uma cirurgia delicada, de grande porte. Tudo ainda é muito recente. Mas o mais importante é que elas estão respondendo bem", diz ela.

A mãe está desde segunda-feira (9) acompanhando de perto todo o processo. "A preparação foi bem delicada, foram vários procedimentos ao longo dos anos. Quando nos mudamos para Goiás, elas tinham só seis meses. Mas foi importante esta mudança para ficarmos mais perto do médico". A família é de Guararema (SP) e se mudou para Morrinhos (GO) há dois anos.

As gêmeas dividiam o tórax, abdômen, bacia, fígado, os intestinos delgado e grosso e a genitália. Ao todo, foram cerca de 50 profissionais de diversas especialidades que atuaram na cirurgia, que durou 15 horas - uma das mais complexas, segundo o médico responsável, Zacharias Calil.

"Eu estava preparada, sabia que ia dar certo. No dia da cirurgia fiquei numa calma muito grande. As pessoas até falavam: 'nossa, como você conseguiu ficar calma assim?'. Mas eram várias pessoas do meu lado. Eu me senti assim porque sabia que iria dar tudo certo, e deu certo", conta Waldirene.

Em nota, Calil informou que as gêmeas ainda respiram por aparelhos. Segundo ele, o procedimento é necessário para proteger a estrutura abdominal. "Elas precisam de um repouso no organismo para estabilizarem cada vez mais", afirmou. Ele ainda adiantou que deve iniciar, ainda hoje, um processo de nutrição pela veia das crianças.

As meninas ainda vão passar por avaliação do cirurgião plástico e retornarão ao centro cirúrgico para um enxerto simples. "Mas está tudo dentro do programado. Vamos mantê-las na UTI mais alguns dias, para estabilizarem ainda mais, pois a separação provoca um desequilíbrio total no organismo das duas", disse ele.