Anestesista é preso por estuprar e gravar pacientes em cirurgias no RJ
Um médico colombiano foi preso, na madrugada de hoje, investigado por estupro de pacientes em hospitais no Rio de Janeiro. Andres Eduardo Onate Carrillo teria registrado em vídeo a violência, cometida enquanto as mulheres estavam desacordadas. Segundo a polícia, as vítimas se reconheceram nas imagens armazenadas pelo profissional de saúde.
- Leia também: Anestesista preso é investigado por 20 mil mídias de abusos sexuais de crianças e adolescentes
- Cremerj investiga anestesista preso por estuprar pacientes durante cirurgia
O anestesista, que está há seis anos no Brasil, foi preso em casa, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital carioca. As investigações contra Andres tiveram início em dezembro de 2022, quando a Polícia Civil recebeu informações do Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal sobre um acervo de 20 mil arquivos de pornografia infantil nos computadores do médico.
Ele teve o diploma validado, tem toda habilitação para trabalhar como médico no Brasil. Trabalhava desde 2020 no Brasil. Veio para o Brasil para fazer uma especialização em Anestesia. Ele não nega, mas não confirma os casos de estupro.
Luiz Henrique Marques Pereira, delegado
Ao analisar os arquivos, os investigadores encontraram também os vídeos produzidos pelo próprio profissional de saúde. Entre as unidades identificadas como palco dos crimes de Andres estão duas da rede pública.
No Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, ele filmou o abuso de uma paciente durante uma laqueadura. No Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho, o Hospital do Fundão da UFRJ, o crime teria ocorrido durante uma cirurgia para a retirada do útero.
Os casos aconteceram em 2020 e 2021 mas, segundo nota da Polícia Civil, o homem também é suspeito de outros crimes, em hospitais na rede particular, mantendo o hábito de "colecionar as imagens" dos abusos.
O médico foi preso por agentes da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV). Ainda segundo os policiais, a análise do material guardado nos aparelhos eletrônicos do colombiano "chamou atenção pela gravidade e quantidade de arquivos, que incluíam até bebês com menos de um ano de vida".
A investigação ainda faz buscas pelos hospitais em que Andres trabalhou nos últimos anos, esperando encontrar mais vítimas. Até o momento, segunda a polícia, o médico não teve defesa constituída. Este espaço será atualizado tão logo houver identificação do advogado que assumir o caso e seu posicionamento.
Em nota ao UOL, a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro informou que "a direção do Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth colaborou com a Polícia Civil na investigação que levou à prisão do médico anestesista". O médico deixou de atuar na unidade em setembro de 2021.
O Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho também se manifestou afirmando que forneceu informações às autoridades e que Andres não atua na unidade desde 2021. Na data do crime ele fazia um estágio no hospital, ainda segundo o comunicado enviado à reportagem.
Caso Giovanni Quintella
A prisão de Andres acontece menos de um ano depois da denúncia contra outro anestesista no Rio de Janeiro. Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, por estuprar uma mãe durante o parto, no Hospital da Mulher Heloneida Studart.
O médico foi preso em 10 de julho de 2022 e seu julgamento começou em 12 de dezembro. O caso ganhou projeção nacional após uma enfermeira desconfiar do comportamento do colega e esconder um celular na sala de cirurgia, gravando o momento em que Giovanni colocou o pênis na boca da paciente.
De acordo com a delegada Bárbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti — e que fez a prisão em flagrante do homem — há "muita indicação" de que o anestesista fez pelo menos mais duas vítimas, já que no dia em que estuprou a mulher ele participou de mais dois partos.
Bezerra está em Bangu 8, presídio do Rio de Janeiro.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.