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Cremerj investiga anestesista preso por estuprar pacientes durante cirurgia

Anestesista colombiano Andres Eduardo Onate Carrillo foi preso por suspeita de estuprar pacientes durante cirurgias e gravar os crimes - JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO
Anestesista colombiano Andres Eduardo Onate Carrillo foi preso por suspeita de estuprar pacientes durante cirurgias e gravar os crimes Imagem: JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

16/01/2023 14h42Atualizada em 16/01/2023 15h26

O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) abriu um processo de sindicância contra o anestesista colombiano Andres Eduardo Onate Carrillo. Ele foi preso, na madrugada de hoje, investigado por estupro de pacientes em hospitais no Rio de Janeiro.

Andres Eduardo Onate Carrillo teria registrado em vídeo as violências — cometidas enquanto as mulheres estavam desacordadas. Segundo a polícia, as vítimas se reconheceram nas imagens armazenadas pelo profissional de saúde.

O Cremerj, após receber denúncias graves pela imprensa, abriu uma sindicância contra o médico colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo. Na época dos casos citados na matéria, Andres não possuía CRM e atuava de forma irregular, fato que também será apurado junto às unidades de saúde mencionadas.
Cremerj, em nota oficial

De acordo com o conselho, eles já agilizam os trâmites para "solicitar imediatamente a interdição cautelar dele, a fim de evitar novos riscos à sociedade".

"Após a apuração dos fatos pelo Conselho, mediante análise da cópia do inquérito policial solicitada hoje, um processo ético-profissional (PEP) poderá ser instaurado para julgar o caso. Finalizado o rito processual, se considerado infrator, o médico pode sofrer a cassação do exercício profissional."

O órgão ainda afirmou considerar "as acusações gravíssimas e que o caso será apurado com todo rigor e celeridade".

O caso

O anestesista, que está há seis anos no Brasil, foi preso em casa, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital carioca. As investigações contra Andres tiveram início em dezembro de 2022, quando a Polícia Civil recebeu informações do Serviço de Repressão a Crimes de Ódio e Pornografia Infantil (Sercopi) da Polícia Federal sobre um acervo de 20 mil arquivos de pornografia infantil nos computadores do médico.

Ele teve o diploma validado, tem toda habilitação para trabalhar como médico no Brasil. Trabalhava desde 2020 no Brasil. Veio para o Brasil para fazer uma especialização em Anestesia. Ele não nega, mas não confirma os casos de estupro.
Luiz Henrique Marques Pereira, delegado

Ao analisar os arquivos, os investigadores encontraram também os vídeos produzidos pelo próprio profissional de saúde. Entre as unidades identificadas como palco dos crimes de Andres estão duas da rede pública.

No Hospital Estadual dos Lagos Nossa Senhora de Nazareth, ele filmou o abuso de uma paciente durante uma laqueadura. No Complexo Hospitalar Universitário Clementino Fraga Filho, o Hospital do Fundão da UFRJ, o crime teria ocorrido durante uma cirurgia para a retirada do útero.

Os casos aconteceram em 2020 e 2021, mas, segundo nota da Polícia Civil, o homem também é suspeito de outros crimes, em hospitais na rede particular, mantendo o hábito de "colecionar as imagens" dos abusos.