RJ: Casal tem portão de casa pichado com suástica e 'fora gays'
O portão de uma casa foi pichado neste fim de semana com a frase "fora gays" e uma suástica —símbolo nazista—, na zona norte do Rio de Janeiro. No imóvel, moram o professor Sérgio Viula e seu marido, o recepcionista André Dias.
O André saiu para comprar ingredientes para fazer um bolo. Quando desceu, viu o portão pichado e ficou arregalado. Pedi pra ele fazer o bolo e falei 'eles não vão estragar nosso dia'."
Viula disse que cresceu na rua onde a casa está localizada e que o responsável pela pichação tinha conhecimento que lá morava um casal de gays —já que a frase foi escrita no plural.
Eles desconfiam que a pichação tenha sido feita na madrugada de sexta (27) para sábado (28).
Ao UOL, a Polícia Civil do Rio informou que o caso foi registrado na 22ª DP (Penha) e que "diligências estão em andamento para esclarecer" a situação.
Já sofremos outros tipos de preconceitos, às vezes ignoramos, mas não um negócio desse jeito, com referência nazista."
Para o educador, a pichação representa um crime de ódio e também um "recado" ao casal, já que na sexta-feira foi celebrado o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto —a data marca o fechamento do campo de concentração de Auschwitz, em 1945. "Nesse ano, a Alemanha dedicou o dia para pessoas LGBT+ [que sofreram durante o período]."
Fazer apologia ao nazismo é crime, conforme a lei nº 9.459/97. A pena prevista é de dois a cinco anos de reclusão.
À polícia, Viula afirmou que não tem problemas com vizinhos. Ele disse que o portão foi pichado com um X, na cor preta, em anos anteriores.
Agora, por causa das investigações, Viula acredita que a situação não deve se repetir ou piorar nos próximos dias.
"Claro que a gente se preocupa, porque o Brasil é o país que mais mata LGBT+. Sabemos que um hétero não leva uma facada por ser quem é, mas podem me matar por ser gay", disse o professor.
Ele pretende instalar câmeras perto do portão e melhorar a iluminação.
Homem com tatuagem nazista. No sábado (28), o UOL mostrou a história de um homem com tatuagens nazista e racista que chegou a ser levado para uma delegacia no Rio, mas foi liberado.
O inspetor responsável pelo registro da ocorrência teria chegado a pedir desculpas ao homem tatuado, segundo Leonardo Guimarães, pesquisador de Justiça e Segurança Pública, que chamou a polícia após ver os símbolos.
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