Adolescente que jogou bomba em escola de SP tinha diário com alusão nazista
Um caderno foi encontrado por agentes da guarda civil municipal de Monte Mor, na casa do adolescente de 17 anos que tentou invadir um prédio onde funcionam duas escolas públicas, munido de uma machadinha e bombas caseiras, na manhã desta segunda-feira (13). Ele conseguiu jogar um dos explosivos caseiros pela janela de um banheiro, explodindo um vaso sanitário, mas não teve sucesso em invadir a unidade de ensino e promover um atentado contra a comunidade escolar.
No texto escrito à mão em um caderno, o adolescente declarava a intenção de atacar a Escola Municipal Vista Alegre. No local, também funciona a Escola Estadual Professor Antônio Sproesser. Cerca de 300 estudantes entre 10 a 15 anos estudam no período da manhã na instituição. Ninguém ficou ferido na tentativa frustrada de atentado, apesar da explosão.
Em uma das frases, ele faz um trocadilho, dizendo que o local ganharia uma "vista triste", antes de relatar se sentir "sozinho", "abandonado", mas também "superior aos demais". As entradas são catalogadas numa sequência de datas, numa espécie de diário em que há espaço para reflexões: "Por que eu sou assim? Como cheguei nesse ponto?", questiona.
Em seus escritos, o garoto diz estar motivado pelo "ódio e rancor".
O número 88 também foi desenhado na folha do caderno. É uma referência ao H, oitava letra do alfabeto, que, em dupla forma HH, abreviação de "Heil Hitler" — famosa saudação nazista. Havia também a inscrição "SS", sigla para Schutzstaffel, uma organização paramilitar ligada ao Partido Nazista e a Adolf Hitler na Alemanha Nazista.
Já tentei chorar, mas não consigo. Não consigo sentir tristeza. A dor mais triste que eu seja diante de certos olhares. Talvez eu seja um erro. Nada importa. Cada segundo, cada momento, cada ação, tudo é insignificante. Cansado de viver. Cansado de ouvir esses lixos berrarem. As escórias não conseguiram me influenciar, não faço parte deles. Sou fora do padrão. Superior dos demais.
Adolescente em caderno com anotações diárias
Além da carta, dois exemplares da autobiografia de Adolf Hitler, "Minha Luta", foram encontrados na residência. No livro, o ditador alemão expressa um viés racista, antissemita e nacionalista da extrema-direita. Todo o material foi apreendido pela polícia civil.
De acordo com o secretário de Segurança Pública de Monte Mor, Anderson Palmieri, o jovem agiu sozinho no atentado frustrado. "É a primeira vez que acontece uma situação dessa aqui na cidade. O policiamento foi reforçado e as atividades nas demais escolas seguem normalmente", declarou.
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