Criança desaparecida, cratera e prejuízo: SP sofre com chuva, que persiste
As chuvas que atingiram São Paulo ontem causaram alagamentos em várias partes do estado e deixaram pelo menos um homem morto e uma criança desaparecida, um menino de 10 anos. A capital paulista acumulou 131,3 mm de chuva apenas nos 12 primeiros dias de fevereiro, segundo dados do Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas, e as chuvas devem continuar por pelo menos mais dois dias.
A criança, ainda não localizada, caiu em um córrego na rua Leopoldo Delisle, em Itaquera, ontem, por volta das 17h30. Os bombeiros fizeram buscas até o final da noite de ontem, interrompendo os trabalhos devido à baixa visibilidade. A tentativa de resgate foi retomada às 6h30 de hoje, com cinco equipes no local, além de um helicóptero e um drone.
A morte de um homem de 52 anos foi confirmada no início da noite de ontem. Ele foi levado pelas águas em um córrego da rua Manoel da Nóbrega, em Biritiba Mirim, e se afogou. Segundo os bombeiros, ele chegou a ser socorrido, mas teve a morte declarada ainda no local.
Prejuízo
Uma cratera se abriu no meio da avenida Eliseu de Almeida, no bairro do Butantã, interrompendo parte do trânsito na via da capital paulista. Imagens feitas pela TV Globo mostram que o buraco, ligado a uma obra da Sabesp, está preenchido por água ainda na manhã de hoje.
As pistas no sentido Centro foram interditadas ontem, por questões de segurança. Em nota, a Companhia de Saneamento Básico de São Paulo informou que elas devem ser liberadas até sexta (17). Ainda segundo ela, uma das causas do surgimento da cratera é a "sobrecarga da tubulação" provocada por "conexões indevidas" feitas em residências que levam água da chuva para as redes de esgoto.
Os sistemas de esgotamento sanitário não são dimensionados para receber água pluvial, gerando transtornos que podem causar o rompimento de estruturas, principalmente quando há maior incidência de chuvas, como nas últimas semanas. A Companhia lamenta os transtornos.
Companhia de Saneamento Básico de São Paulo, em nota oficial
Estação inundada
A água da chuva também tomou conta da estação Mauá, no ABCD Paulista, por volta das 16h de ontem. A CPTM, responsável pela linha 10 - Turquesa, confirmou que "foram identificados pontos de alagamentos e descarga elétrica entre as estações Santo André e Ribeirão Pires", interrompendo a circulação dos trens no trecho.
A circulação dos trens começou a ser normalizada apenas às 18h, com os passageiros sendo auxiliados pelo sistema PAESE enquanto eles estavam parados. Imagens feitas por pessoas que esperavam na plataforma registraram os trilhos completamente submersos. Segundo a companhia, apesar do transtorno, todas as linhas funcionam normalmente na manhã de hoje.
Ambulância atola durante atendimento
Em Jacareí, no Vale do Paraíba, uma ambulância ficou presa no lamaçal deixado pelas chuvas. O veículo do SAMU foi desatolado após cerca de duas horas, com ajuda de moradores.
A prefeitura informou que ele voltou a ser usado ainda ontem e que a paciente foi atendida. Tratava-se de uma moradora com diabetes, que "não sofreu nenhum prejuízo, sendo atendida conforme protocolos".
Em 12 dias, choveu 60% do previsto para o mês
A capital paulista já recebeu 60,9% dos 215,6 mm esperados para o mês de fevereiro, com base na média histórica. Apenas ontem, a cidade de São Paulo acumulou, em média, 31,8mm de chuva.
Na separação por distritos, os recordistas são Cidade Ademar, com 56,6 mm, Santo Amaro, com 44,8 mm e Itaquera — onde o menino de 10 anos sumiu — com 40,8 mm.
A chuva deve continuar hoje na capital, com pancadas "de moderadas a fortes" no final da tarde. O cenário ainda se repete na quarta (15), no mesmo período. O CGE criou alerta para o potencial de alagamento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.