Chuvas: Marina defende estado de emergência permanente para locais afetados
Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, defendeu a criação de um estado de emergência permanente em regiões de maior risco de desastres naturais no país. Em entrevista ao UOL News nesta quinta, ela afirmou que o plano deve englobar mais de mil municípios, conforme levantamento realizado pelo Cemaden ICentro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais).
O Cemaden está acompanhando 1.038 municípios com eventos recorrentes. Em cima dessa base histórica, temos que ter uma legislação criativa, que é decretar estado de emergência permanente nessas cidades, para haver um plano continuado de prevenção aos efeitos de eventos extremos causados pela mudança do clima. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
A ministra reforçou o uso de dados científicos como base para a adoção de novas políticas públicas de prevenção de desastres naturais, como forma de evitar a repetição de tragédias como a que assolou o litoral norte do estado de São Paulo.
As autoridades têm que levar a sério o que é avisado pelo Cemaden. A ação antecipatória é fundamental. É preciso ter uma legislação nova, para haver mudança em protocolos de construção e no plano diretor das cidades, que às vezes continuam tratando essas edificações como se não houvesse essa mudança dramática nas regularidades naturais, que estão em escala irreversível. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
Marina sobre chuvas: 'A cada R$ 1 não investido para prevenir, gastamos R$ 100 para reconstruir'
Marina enfatizou que o Estado tem sua parcela de culpa nas tragédias causadas pela chuva e deve ser responsabilizado por isso. A ministra ainda criticou Jair Bolsonaro (PL) ao afirmar que a gestão do ex-presidente provocou um "apagão" nas áreas do meio ambiente e do enfrentamento de desastres naturais.
O Estado deve ser responsabilizado, sim. Precisamos de um plano que responsabilize judicialmente a descontinuidade de obras que levam a prejuízo de vidas e do patrimônio público e privado. Para cada R$ 1 não aplicado para prevenir, haverá um prejuízo de pelo menos R$ 100 na hora de reconstruir. Marina Silva, ministra do Meio Ambiente
Josias: Cadáveres reforçam que, no Brasil, governos são mais perigosos que as chuvas
Josias de Souza criticou a omissão do Estado em prevenir o desastre no litoral norte de São Paulo. O colunista do UOL destacou que o Cemaden alertou para o risco de deslizamento em São Sebastião, mas o aviso foi ignorado.
Os cadáveres no litoral de São Paulo reforçam os indícios de que, no Brasil, os governos são mais perigosos do que as chuvas. As digitais do Estado estão em toda a parte. O descaso potencializou o risco. Esse caso do litoral de São Paulo não é de morte por tragédia natural, mas de homicídio por ação ou omissão estatal. Josias de Souza, colunista do UOL
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