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'Nem sabia de jogo de sinuca': filho de vítima lamenta chacina em Sinop

Josué Ramos Tenório estava de passagem por Sinop e era amigo do dono do bar - Arquivo Pessoal
Josué Ramos Tenório estava de passagem por Sinop e era amigo do dono do bar Imagem: Arquivo Pessoal

Simone Machado

Colaboração para o UOL, em São José do Rio Preto (SP)

25/02/2023 04h00

Cícero Dias, filho do comerciante Josué Ramos Tenório, vítima da chacina que ocorreu em um bar de Sinop (MT), na terça-feira (21), disse que o pai parou no estabelecimento para assistir a um jogo de futebol pela TV e não sabia do jogo de sinuca que havia terminado momentos antes.

Sete pessoas que estavam no bar, incluindo uma menina de 12 anos, foram mortas na última terça-feira (21) por Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, e Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, que não teriam aceitado a derrota na partida.

Segundo o filho, Tenório morava em Rondonópolis (MT), a 670 km de Sinop, e estava na cidade a trabalho - ele tinha uma distribuidora de alimentos e vendia frutas com a família. Como frequentemente estava no município, ele tinha amizade com Maciel Bruno de Andrade, de 35 anos, dono do bar onde a chacina aconteceu. Maciel também foi morto no atentado.

"Meu pai sempre ia lá [no bar] quando estava em Sinop. Às vezes jogava baralho, outras vezes ia só conversar. No dia do acontecido ele foi assistir ao jogo de futebol pela TV, esse suposto jogo de sinuca aconteceu bem antes", relata Dias.

Ainda segundo o filho, Tenório já havia encontrado Oliveira e Ribeiro, suspeitos do crime, mais cedo no estabelecimento comercial e chegou a emprestar dinheiro a um deles.

"Pelo que nos contaram, meu pai foi no bar pela manhã e encontrou os suspeitos. Um deles pediu dinheiro em espécie emprestado para fazer uma aposta. Meu pai deu o dinheiro e o rapaz pagou com um pix. Depois meu pai foi embora e voltou à tarde, foi quando tudo aconteceu", acrescenta Dias.

Tenório deixou a esposa e quatro filhos. O corpo dele foi sepultado ontem no cemitério da Vila Aurora, em Rondonópolis.

O crime

Segundo a Polícia Civil, após perderem uma aposta valendo R$ 4 mil em uma partida de sinuca, Oliveira e Ribeiro voltaram armados ao bar onde jogavam e mataram sete pessoas.

Uma câmera de segurança do estabelecimento registrou o crime. Nas imagens é possível ver que os suspeitos chegam ao local armados com uma pistola e uma espingarda calibre 12 mm.

Eles começam a atirar. Algumas pessoas tentam correr, sendo atingidas já fora do bar. Após a execução, os homens pegam o dinheiro que está em uma das mesas de sinuca e fogem em uma caminhonete.

No momento do ataque, nove pessoas estavam no bar, sete morreram.

No dia seguinte ao crime, Ribeiro morreu em um confronto com a Polícia Militar. Ele teria resistido à prisão. Já Oliveira se entregou à Polícia Civil ontem, sendo preso temporariamente por homicídio qualificado por motivo fútil, uso de arma de fogo e meio que impediu a defesa das vítimas.

Quem são as vítimas da chacina:

  • Getulio Rodrigues Frazão Junior, 36 - ele teria ganhado as partidas de sinuca
  • Larissa Frazão de Almeida, 12 - filha de Getúlio, foi morta ao ser atingida por um tiro nas costas enquanto tentava fugir
  • Orisberto Pereira Sousa, 38 anos
  • Adriano Balbinote, 46 anos
  • Josué Ramos Tenório, 48 anos
  • Maciel Bruno de Andrade Costa, 35 anos, dono do bar
  • Elizeu Santos da Silva, 47 anos