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Bebê yanomami de sete meses morre com pneumonia em Roraima

Crianças yanomami são encaminhadas para hospital de Boa Vista quando há agravamento do quadro - Lalo de Almeida/Folhapress
Crianças yanomami são encaminhadas para hospital de Boa Vista quando há agravamento do quadro Imagem: Lalo de Almeida/Folhapress

Colaboração para o UOL, em Salvador

28/02/2023 17h58

Mais um bebê Yanomami faleceu em Roraima, hoje, vítima de um quadro grave de pneumonia.

O que aconteceu:

  • Com apenas sete meses de vida, a criança da comunidade Wathou morreu no Hospital da Criança Santo Antônio (HCSA), localizado em Boa Vista.
  • Em contato com o UOL, a prefeitura de Boa Vista, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, informou que o bebê foi internado na última quinta-feira (23), e transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) no sábado (25);
  • O óbito, ainda de acordo com a pasta, ocorreu no dia seguinte e a causa da morte foi pneumonia;
  • Afetados pela presença do garimpo ilegal em suas terras, o grupo yanomami tem sofrido com casos de desnutrição e doenças como malária e pneumonia.

Ainda de acordo com dados repassados pela prefeitura de Boa Vista, apenas em 2022 ocorreram 703 internações de indígenas yanomami no HCSA. Desses, 58 foram por desnutrição.

No boletim divulgado diariamente pela prefeitura, em relação ao atendimento aos indígenas no hospital, foi informado que hoje há 64 crianças indígenas internadas. Dessas, 55 são da etnia Yanomami e duas seguem internadas na UTI do hospital.

As principais causas dessas internações são: doença diarréica aguda, gastroenterocolite aguda, desnutrição, desnutrição grave, pneumonia, acidente ofídico e malária.

Conforme o governo federal, nos últimos quatro anos, foram registradas cerca de 570 mortes de crianças no território.

No último dia 5 de fevereiro, um bebê de 1 ano e 5 meses faleceu em Surucucu, na Terra Indígena Yanomami, em Roraima, também vítima de um quadro grave de desnutrição. Na ocasião, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye'Kuana (Codisi-YY), Júnior Hekurari, informou que o mau tempo impediu a viagem para tratamento do bebê em Boa Vista.

Quando há o agravamento do quadro e a doença não pode ser tratada na própria comunidade, as crianças são encaminhadas para a capital roraimense, onde recebem atendimento no HCSA.