Pai denuncia hospital após morte de bebê de 23 dias: 'Começou a ficar roxo'
Um bebê de apenas 23 dias morreu em um hospital particular do Rio de Janeiro. Arthur estava febril, quando foi levado ao pronto-socorro e, após ser medicado, começou "a ficar roxo, com os pés brancos e os batimentos cardíacos mais fracos", segundo seus pais. O menino não resistiu, e o casal afirma que houve negligência.
O que aconteceu
- O bebê foi levado na última terça-feira (21) ao hospital Prontobaby no Méier, na zona norte do Rio.
- Ele estava com 37ºC. Arthur começou a apresentar estado febril e segundo a família, estava interagindo bem, mas a mãe, Andressa Gonçalves Costa, 24, achou melhor levá-lo ao hospital por precaução.
- Foi diagnosticada uma infecção urinária, após exames do coração e de urina
- Arthur começou a ser tratado com dois medicamentos, sendo um deles um antibiótico.
- Em menos de cinco minutos o bebê começou a ficar roxo. Imediatamente, a mãe correu para alertar a equipe de enfermagem.
- A enfermeira disse que não havia nada de errado, segundo a mãe.
- Minutos depois, os pés da criança começaram a ficar brancos. Pela segunda vez, Andressa alertou a equipe, que disse que deve ter sido pela forma que ela pegou o bebê no colo.
- Os batimentos cardíacos caíram. Neste momento começou a espera por uma transferência para a UTI, cerca de duas horas após a chegada da família ao hospital. A ambulância teria chegado às 17h.
- A equipe médica ficou cerca de 1h30 tentando salvar a criança, já na unidade Tijuca. Eles informaram aos pais que ele ficou desacordado durante 28 minutos.
- Arthur teve cinco paradas cardíacas. Minutos depois, foi anunciada sua morte.
O que dizem os pais
O motorista Julio Cesar dos Santos, 29, pai do recém-nascido, descreveu que foi só no terceiro alerta à enfermagem que os pedidos de ajuda foram atendidos.
"Na terceira vez, a enfermeira viu que o coração estava muito fraquinho. Foi então que verificaram os batimentos e tiraram a mãe da sala. Nessa ele piorou demais e ficou aguardando transferência para a UTI. Isso era por volta das 13h, mas a ambulância só chegou por volta das 17h" disse ele, ao UOL.
"Pediram pra gente ver o bebê, ficamos na sala por dois minutinhos, até que os batimentos cardíacos começaram a diminuir novamente e nos tiraram da sala. Minutos depois, recebemos a notícia que ele já estava morto", Julio Cesar dos Santos, pai da criança.
A causa da morte foi distúrbio ácido-base, sepse e meningite neonatal, segundo o atestado de óbito. Segundo a família, a única informação passada para eles foi que a criança estava com infecção urinária.
O pai da criança quer saber qual foi o medicamento usado antes da piora. Ele pediu o laudo médico na unidade do Méier, mas até agora o pedido não foi atendido.
Desde que a mãe informou que o bebê estava roxo, em momento algum a enfermeira tirou o medicamento. Falou que tinha que tomar e era isso. A piora foi a partir desses medicamentos aplicados no meu filho. A criança só foi ao hospital por precaução e voltou morto. Julio Cesar dos Santos, pai da criança
O que diz o hospital
Arthur estava com meningite, sepse e morreu após parada cardiorrespiratória, diz nota do Prontobaby, sobre o diagnóstico feito após a transferência do bebê, na unidade da Tijuca.
Esclarecemos que a evolução desfavorável de forma repentina e aguda do paciente pode ser explicada pelos diagnósticos, sendo certo que no período neonatal potencializa os riscos à saúde e aumentam o risco de morte do recém-nascido, em razão da imaturidade do sistema imunológico. Nota do Prontobaby
O que diz a Polícia Civil
O caso foi registrado na 23ª DP (Méier) como homicídio culposo. Os agentes fizeram a remoção do corpo para o Instituto Médico Legal (IML) e solicitaram os boletins de atendimento médico e imagens de câmeras de segurança das unidades de saúde. O caso será encaminhado à 26ª DP (Todos os Santos), que dará continuidade às investigações. Nota da PC
Sonho interrompido
Ano passado, Andressa chegou a engravidar, mas sofreu um aborto espontâneo no 7º mês de gestação.
"Ela está arrasada, sem chão, está a base de remédio, precisa de um psiquiatra. Tiraram a vida do nosso bebê por negligência, despreparo. O que a gente quer é uma resposta. Não nos deram o nome da enfermeira, nem o que foi dado ao meu filho. Se estão escondendo é porque fizeram alguma coisa errada com meu filho. Queremos justiça e que isso não aconteça mais com nenhuma criança", disse Julio.
Nas redes sociais, a mãe de Arthur lamentou a perda do filho: "Sem estrutura nenhuma. Deus me dê muita força, muita mesmo".
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