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Acesso de jovens a redes de ódio deve ser apurado, diz ex-secretário de SP

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/03/2023 13h13

O ex-secretário de Educação de São Paulo, Alexandre Schneider, afirmou no UOL News que é necessário priorizar a investigação de redes de ódio acessadas por crianças e adolescentes, após uma professora morrer e outras cinco pessoas ficarem feridas em um ataque a facadas em uma escola estadual na cidade de São Paulo, na manhã desta segunda-feira (27).

A grande questão é o quanto que um evento como esse poderia ser evitado, à medida que a polícia não consegue estar em todos os lugares ao mesmo tempo. A rigor, o ideal seria que a Polícia Civil realizasse uma investigação profunda nas redes de ódio que existem e que muitas vezes são acessadas por esses meninos e meninas, ensinando uma série de coisas que não são adequadas".

O que aconteceu

  • O ataque foi cometido por um aluno de 13 anos, estudante do 8º ano, que foi apreendido e encaminhado ao 34º DP; O caso foi registrado por volta das 7h20 na E.E. Thomazia Montoro, no bairro da Vila Sônia, zona oeste;
  • No celular do adolescente, foram encontradas informações de ataques em outras escolas no país, o que indica que o crime foi planejado. Colegas afirmam que o aluno tinha participado de uma briga na semana passada com outros estudantes.
  • O aluno foi imobilizado por uma professora com um mata-leão antes da chegada da polícia, segundo testemunhas ouvidas pela PM;
  • A professora Elisabeth Tenreiro, 71, socorrida em estado grave, morreu, segundo a Secretaria Estadual de Educação; Elisabeth teria apartado uma briga entre o estudante apreendido e outro colega na semana passada;
  • São Paulo decretou luto de três dias pela morte da professora. A escola permanecerá fechada amanhã.

Mapa ataque Escola Estadual Thomazia Montoro - Arte/UOL - Arte/UOL
Imagem: Arte/UOL

Madeleine: Ataque é chaga do nosso tempo; só reforçar segurança não resolve

A colunista Madeleine Lacsko relembrou da época de assessoria de governo e que, segundo ela, havia bastante demanda para que se colocasse detector de metal e revistassem crianças na entrada.

As pessoas tinham a demanda por ronda escolar, detector de metal e revista nas crianças, isso tudo inviabilizaria o cotidiano de uma escola e não seria o suficiente para evitar esse algo desse tipo".

Não são fenômenos que a Segurança Pública dá conta".

Ela também relembrou que há projeto aprovado na Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) para que professores passem por treinamento com psicólogo e saibam identificar esses casos com antecedência, mas que isso não é o suficiente.

[O projeto é] Para que os professores tenham esse suporte de psicólogos para começar a compreender quais são os casos para os quais você dá atenção, porque damos atenção para o que incomoda. Aquele que é muito briguento, confronta, é violento e atrapalha a classe, esses têm atenção. Às vezes, o problema é o que está quieto; só que ele está quieto de um jeito que achamos normal, mas um psicólogo e um psiquiatra sabem te orientar que aquele tipo de quietude você precisa ter atenção".

Infelizmente, precisamos ter em mente o seguinte: ainda que tudo isso seja feito, nós não vamos eliminar esse tipo de chaga que é o fenômeno dos nossos tempos".

Tales: Governo tem de entender que precisa vacinar o vírus da violência na sociedade

O colunista Tales Faria afirmou que é necessário o governo Lula (PT) entender a presença da violência na sociedade.

A violência é uma doença contagiosa e está contaminando pessoas, mais e mais vemos casos de violência. Estamos em tempos violentos que resultaram de um presidente violento com temas violentos da pauta dele, que foi o Jair Bolsonaro. Passamos tempos de violência".

Vamos ter que superar isso. É preciso que o atual governo entenda que existe uma chaga na sociedade atual chamada violência, e também não se deve incentivar isso. Temos todos que pensar em uma forma de pacificação da sociedade".

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