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Professora esfaqueada disse para jovens fugirem de ataque, diz tia de aluno

Colaboração para o UOL, em São Paulo

27/03/2023 18h53Atualizada em 27/03/2023 19h36

"Meu sobrinho falou que viu a professora no chão toda ensanguentada, mandando eles correrem para a sala e se trancar", disse a tia de um dos alunos que sobreviveram ao ataque na escola estadual Thomazia Montoro, em São Paulo.

"E ele falou que viu o menino esfaqueando a cabeça da professora. Foi uma cena muito cruel", afirmou Tânia Anselmo de Oliveira ao UOL News.

Segundo Tânia, o sobrinho não quer mais voltar para a escola. Ele, inclusive, já havia relatado episódios de violência no local.

Todo dia ele chegava falando que tinha briga. Teve um dia que ele falou: 'tia, hoje teve 6 brigas na escola'."
Tânia Anselmo de Oliveira

Ataque em SP: 4 anos de governo pró-armas fez jovem ver violência como saída, diz deputada professora Bebel

Em entrevista ao UOL News, a deputada estadual Professora Bebel (PT-SP) afirmou que o apoio ao armamento visto frequentemente no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pode levar jovens a pensar que a violência é uma forma de resolver problemas.

É uma opinião minha: 4 anos de governo defendendo armamento, não acho também impossível de que uma criança, um jovem com problema, isso (a violência) não acabe sendo a saída que ele vê para resolver qualquer descontentamento que venha a enfrentar na vida."
Professora Bebel (PT-SP), deputada estadual

Presidente da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), professora Bebel afirmou que a solução para acabar com a violência nas escolas não passa por colocar policiais no local.

Isso não tem nosso acordo, se tiver que ter a ronda para antever, isso é para fora da escola. Dentro da escola trabalhamos com ensino e aprendizagem. Lá é persuasão, não é coerção. Ações coercitivas a gente não concorda, porque não combina com o ato de ensinar e aprender."
Professora Bebel (PT-SP), deputada estadual

Sakamoto: internet funciona muitas vezes como uma fábrica de assassinos

Em sua participação no UOL News, o colunista do UOL, Leonardo Sakamoto, falou sobre a influência da internet em ataques como o ocorrido na manhã de hoje em São Paulo.

A internet funciona muitas vezes como uma fábrica de assassinos. Porque o algoritmo deixa, porque muitas vezes os pais, e não estou culpando pai nem mãe aqui, mas as vezes eles não têm nem tempo para entender o que seus filhos estão consumindo de informação, acabam terceirizando para escola por conta do trabalho. E na escola os professores também não têm tempo porque têm classes superlotadas sem ter auxílio pedagógico ou psicológico para tudo isso."
Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Sakamoto também cobrou responsabilização das plataformas de redes sociais sobre o conteúdo exibido para os jovens.

Precisamos garantir que tenha uma atenção [por parte dos pais] e que também quem garante acesso à informação desse pessoal precisa ser responsabilizado. Porque essa violência, essa epidemia de violência nas escolas que a gente vê de forma tão deplorável nos Estados Unidos contaminou também o Brasil."

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