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'Usava gato mia para passar mão': As acusações de assédio contra dentista

Exposição das partes íntimas e áudios com xingamentos: Pelo menos 11 funcionários afirmaram ter sido assediados por Larissa Bressan - Reprodução
Exposição das partes íntimas e áudios com xingamentos: Pelo menos 11 funcionários afirmaram ter sido assediados por Larissa Bressan Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

28/03/2023 14h08Atualizada em 28/03/2023 21h31

A dentista Larissa Bressan, 35, dona de uma clínica de luxo em São Paulo, é acusada de assédio sexual e moral por ex-funcionários. Alguns afirmam que ela os obrigava a tocar e cheirar suas partes íntimas. Ela também chegou a promover brincadeiras infantis como "Gato Mia" para ter a chance de tocar seus empregados, segundo depoimentos.

Saiba tudo o que se sabe sobre o caso, noticiado no "Fantástico" de domingo (26).

As acusações feitas:

  • Larissa Bressan, dona da Hiss Clinical, no Itaim Bibi, mostrava as partes íntimas e obrigava funcionários a tocá-la, segundo depoimentos.
  • Ela também ameaçava empregados para que eles tirassem a roupa no consultório.
  • Em um dos episódios, durante um "Gato Mia", ela teria aproveitado para passar a mão nos subordinados.
  • Na brincadeira, proposta por ela, um dos funcionários se vendava para uma espécie de pega-pega às cegas.
  • Além do assédio sexual, alguns empregados afirmam que eram humilhados verbalmente se desagradavam Larissa.
  • Áudios mostram a dentista afirmando que gostaria de jogar uma empregada do 12º andar.

Situação atual do caso:

  • Pelo menos 11 funcionários já fizeram acusações, mas até o momento apenas dois entraram com processos na Justiça trabalhista.
  • As primeiras audiências já foram marcadas.
  • O Conselho Regional de Odontologia informou que abrirá uma sindicância para investigar as denúncias.
  • A Polícia Civil também abriu um inquérito pelo 15º DP (Itaim Bibi): "as diligências já estão em andamento", disse a corporação em nota, sem dar mais detalhes.

O que a defesa diz:

  • A defesa de Larissa negou as acusações e afirmou que ela é vítima de uma "campanha de ódio".
  • Os advogados ainda alegaram que souberam das denúncias pela imprensa e que a cliente está à disposição da Justiça.

Detalhes de depoimentos:

Ela falava que se sentia confortável em humilhar as pessoas. Que ela nasceu pra isso, pra humilhar. [...] Ela me pegou pelo pescoço e saiu me arrastando até a sala de atendimento. Aí me dava chute na bunda, dava chute no meu pé. Não era tapinha, era tapão. Ela falava que só fazia isso com quem ela amava. E ela dava risada, achava que era brincadeira.
Ex-funcionária

"Ela me levou para conhecer a equipe. E tava todo mundo na sala, tava conversando. E uma menina se abaixou para pegar uma coisa no armário pessoal. A Larissa veio por trás dela, pegou a cabeça da menina, e levou até a vagina dela e esfregou como se tivesse fazendo alguma coisa ali nessa região", contou um homem sobre o seu primeiro dia de trabalho na clínica.

"Na minha primeira semana, eu vi ela pelada. Ela levantava o vestido, levantava a roupa, ela mostrava os peitos, ela fazia isso. Na presença de qualquer um. [...] Era um pânico. Eu nunca imaginei que ia estar em uma situação dessa", relato de outro funcionário.

O gato mia, foram duas vezes quando eu estava lá. Chamou todo mundo para entrar na sala de esterilização, que é uma sala muito pequena. Toda a equipe, dez pessoas na sala. Pegava um funcionário, colocava fora da sala, e enquanto essa pessoa entrava na sala e, com os olhos fechados, tentava encostar em alguém e descobrir quem era, a Larissa se aproveitava e passava a mão em todo mundo. Em mim, inclusive, foram várias vezes. Eu considero que fui assediado. Ela veio por trás de mim, segurou na minha cintura, e simulou como se tivesse fazendo sexo comigo
Ex-funcionário da clínica