Vídeo mostra atropelador debochando de suspeito de furto ainda vivo em SP

Um motorista de aplicativo gravou vídeo debochando do suspeito de um furto enquanto ele ainda estava vivo após atropelá-lo no dia 25 de abril na região central de São Paulo.

O que aconteceu

A imagem mostra Matheus Campos Silva, 21, ensanguentado embaixo do carro do atropelador. "E aí, comédia? Vai roubar trabalhador, seu c...?", xinga o motorista Christopher Gonçalves Rodrigues, 26, após atropelar o jovem.

Matheus estica o pescoço, olha para o motorista e faz sinal de negativo com a cabeça. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Depois do atropelamento, o motorista de aplicativo postou vídeos nas suas redes sociais zombando da morte. "Menos um fazendo o L [símbolo da campanha presidencial de Lula em 2022]", postou. A Polícia Civil irá investigar se houve incitação ao crime.

Estamos avaliando a criminalização dessas postagens que ele [o atropelador] fez. São, no mínimo, inoportunas. Mas podem ser criminosas. Também vamos investigar se houve omissão de socorro."
Percival Alcântara, delegado do 5º Distrito Policial (Aclimação)

O que se sabe sobre o caso

A vítima de um furto de celular registrou ocorrência. Ela afirmou que estava com as janelas abertas quando uma pessoa apareceu ao lado do veículo, pegou o celular e correu. Em seguida, informou ter visto o mesmo homem caído no chão após ter sido atropelado pelo carro de Christopher. O caso ocorreu no Viaduto Júlio de Mesquita Filho, na Bela Vista.

A Polícia Civil ainda irá apurar se houve omissão de socorro do motorista de aplicativo. O inquérito deve definir se houve homicídio culposo (quando não há intenção de matar) ou homicídio doloso (quando há intenção de matar) pela morte de Matheus Campos Silva.

A hipótese mais provável no momento é a de homicídio culposo, segundo a investigação. Mas a Polícia Civil aguarda laudos da perícia do local do crime e também do IML, que irá confirmar o que causou a morte do jovem.

Os investigadores buscam imagens de câmeras que possam ter registrado o momento do atropelamento, além de relatos de quem presenciou o crime. As testemunhas também poderão esclarecer se houve o furto de um celular momentos antes do atropelamento.