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11 meses

BA: Polícia apura agressão a negros por suposto furto de leite no Carrefour

Do UOL, em São Paulo

07/05/2023 15h37

A Polícia Civil da Bahia afirmou que vai apurar as agressões a duas pessoas negras na parte externa de um mercado do grupo Carrefour, em Salvador, após um suposto furto de sacos de leite em pó.

O que aconteceu

Em nota, a polícia informou que "não houve registro na 12ª Delegacia Territorial de Itapuã", mas que a unidade "tomou conhecimento do crime através dos vídeos e iniciará as apurações dos fatos".

As agressões aconteceram no Big Bom Preço na unidade do bairro de São Cristóvão na sexta-feira (5).

As filmagens

Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra uma mulher com a mochila aberta e alguns sacos de leite em pó. É possível ouvir parte da abordagem dos supostos seguranças.

Um homem pergunta por que a mulher está ali e ela responde, com a mochila aberta, "que estava precisando para a minha filha". Depois, o mesmo homem dá tapas no rosto da mulher.

Em outro momento, o homem que também está sendo abordado diz que não é ladrão. Os agressores também começam a interrogar o rapaz e dão um tapa na cabeça dele.

Não se sabe a identidade dos agressores, nem das vítimas, assim como o que teria ocorrido após a gravação.

O que diz o Carrefour?

A rede de supermercados diz que fez um boletim online na 12ª Delegacia de Itapuã. A rede afirma ter registrado denúncia de agressão e lesão corporal e deixado à disposição das autoridades as imagens das câmeras de segurança.

Em nota, o grupo Carrefour diz que nenhum funcionário direto ou indireto da loja tem uma tatuagem na mão, que aparece em um dos agressores. "Mesmo assim, não podemos aceitar que um crime como esse tenha ocorrido em nossas dependências", afirmaram.

A equipe de prevenção e liderança da loja foi demitida, e o contrato com a empresa responsável pela área de segurança externa foi rescindido, continua o grupo.

É inadmissível que qualquer pessoa seja tratada desta maneira. É um crime, com o qual não compactuamos. Estamos buscando contato com [nome dos agredidos] para nos desculparmos pessoalmente, além de oferecer suporte psicológico, médico ou qualquer outro apoio necessário."
Nota do grupo Carrefour

Histórico de violência em mercados da rede

Não é a primeira vez que um estabelecimento parte do grupo Carrefour é acusado de casos de agressão ou atos racistas.

Mais recentemente, uma mulher tirou a roupa em um mercado em Curitiba após afirmar que um segurança a perseguiu dentro da loja. "Sou uma ameaça?", escreveu no corpo.

Em 19 de novembro de 2020, João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi morto no estacionamento de um supermercado Carrefour em Porto Alegre na véspera do Dia da Consciência Negra. Ele foi sufocado e espancado por um segurança e um policial militar temporário.