Dois anos sem Kathlen: 'O tiro que ela tomou nos atinge todos os dias'
A morte de Kathlen Romeu completou dois anos ontem, sem que o julgamento relacionado ao caso tenha sido encerrado. A jovem de 24 anos estava grávida quando foi atingida por um tiro de fuzil no Complexo do Lins, no Rio de Janeiro, em junho de 2021.
Lutamos para que não haja negligência nem esquecimento. O tiro que ela tomou nos atinge todos os dias e, por conta disso, não conseguimos viver o luto ainda."
Luciano Gonçalves, pai de Kathlen Romeu
O que aconteceu
Julgamento do caso começou no último dia 29. Após as investigações, o Ministério Público do Rio denunciou dois policiais militares envolvidos na morte de Kathlen por homicídio simples.
Família quer que suspeitos sejam submetidos a júri popular. Além disso, os parentes de Kathlen esperam que a Justiça mude a acusação contra os policiais para homicídio qualificado, uma vez que não havia confronto quando houve o disparo que a matou. A mudança torna a acusação mais grave.
Outros três PMs foram denunciados por fraude processual e falso testemunho. Eles são acusados de terem alterado a cena do crime e mentido nas declarações sobre o caso durante as investigações.
Julgamento continua no próximo dia 7 de agosto. Nesta data, a Justiça deve definir se o caso vai ou não a júri popular e se os suspeitos serão acusados ou não de homicídio qualificado.
PMs suspeitos afirmam que havia confronto quando Kathlen foi atingida. No julgamento, os denunciados pela morte repetiram a versão de que trocavam tiros no momento em que a jovem foi baleada. As investigações não encontraram sinais de tiroteio e apontaram que os policiais militares chegaram atirando no local da ocorrência. Já os PMs acusados de fraude processual relataram que apenas pegaram sacolas deixadas na rua por criminosos.
A vida sem Kathlen
Parentes passaram a fazer uso de medicação e sessões de terapia. De acordo com Luciano Gonçalves, pai da jovem, a família deixou de comemorar aniversários e outras datas.
Ato em homenagem a Kathlen aconteceu ontem na praia do Leme. Local era um dos preferidos da jovem e foi escolhido para receber uma manifestação que fosse menos desgastante para família e que mantivesse a memória sobre o caso viva.
Para nós, parece que foi hoje. Queríamos ter nossa filha de volta conosco. Mas, como isso não é possível, seguimos lutando por justiça e esperando a retratação do Estado. Não desejo para a pior pessoa o que a nossa família está passando. Isso não devia se repetir nunca, nem ser considerado normal. A gente foi condenado em 8 de junho de 2021."
Luciano Gonçalves
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