Marcha para Jesus: Apóstolo da Renascer é alvo de ação por fala racista
O apóstolo Estevam Hernandes se tornou alvo de uma ação protocolada junto ao MPSP (Ministério Público de São Paulo) após perguntar aos participantes da Marcha para Jesus se, nos próximos anos, "o Brasil será o maior país macumbeiro do mundo ou o país mais evangélico do mundo".
O que aconteceu?
A fala aconteceu durante a marcha, na última quinta-feira (8). De acordo com o advogado Átila Nunes Pereira Filho, que protocolou o pedido, a declaração configura discurso de ódio — o que gerou o pedido aos MPSP de que investigasse a possibilidade de cometimento de crime contra o sentimento religioso.
Documento pede retratação pública de Hernandes e indenização de R$ 50 mil. A retratação seria feita em um vídeo de 15 minutos a ser divulgado pelo apóstolo por 30 dias em suas redes sociais. Já a indenização seria destinada à realização de projetos sociais contra o preconceito religioso na cidade de São Paulo.
O MPSP não tem prazo para avaliar as solicitações, que foram enviadas nesta sexta-feira (9). A expectativa de Nunes é de um retorno rápido à solicitação.
O que mais se sabe?
Para advogado, declarações de apóstolo são como "riscar um fósforo numa refinaria". No pedido ao MPSP, ele cita episódios recentes de intolerância religiosa que envolveram evangélicos fundamentalistas — como incêndios em templos indígenas e a demissão de autores de novelas que não se converteram na Record.
Cerca de 2 milhões de pessoas foram à Marcha para Jesus em São Paulo. Participaram do evento autoridades como o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União Jorge Messias — que foi vaiado. Convidado, o presidente Lula (PT) recusou o "honroso convite".
Autor do pedido foi deputado estadual por onze vezes no Rio. Umbandista, Átila Nunes tem um histórico de atuação contra a intolerância religiosa e já foi filiado ao MDB e ao PSD, entre outros partidos.
O que dizem os envolvidos?
A conduta do Apóstolo Estevam Hernandes não pode ser considerada como exercício da liberdade de expressão, pois fere o sentimento religioso de todos os praticantes das religiões de matriz africana"
Átila Nunes Pereira Filho, no documento encaminhado ao MPSP
Procurado pelo UOL por meio da Igreja Renascer, o apóstolo Estevam Hernandes ainda não se manifestou sobre o caso.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.