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Médica agredida por paciente e filha quer seguir na rede pública: 'Vocação'

A médica agredida por um pai e filha em um hospital de Irajá, na zona norte do Rio, disse que espera continuar atuando na rede pública mesmo após o episódio.

O que aconteceu:

Sandra Bouyer trabalha na rede pública de saúde há 30 anos. Ela disse que medicina é a sua "vocação" e negou que irá desistir de atuar na profissão. O relato ocorreu durante visita da profissional da saúde na sede do Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro).

A médica ainda comentou que foi "muito difícil viver tudo aquilo" e declarou que nunca imaginou ser vítima de algo parecido, "vendo tanto ódio e violência".

Ela também lamentou a morte da idosa que deixou de ser atendida em razão das agressões sofridas pela profissional.

Tivemos também um óbito por conta de tudo isso, o que nos entristece ainda mais. Foi uma situação horrível, ninguém quer passar por isso, mas é muito importante denunciar qualquer tipo de agressão e encorajo os médicos a não se calarem.
Sandra Bouyer, médica

O caso

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De acordo com o delegado Geovan Omena, que investiga o caso, pai e filha permaneceram calados na delegacia. Nenhum dos dois tinha anotações criminais.

Lesões da médica

A profissional estava atendendo pacientes quando André invadiu o espaço exigindo atendimento. Ele deu um soco na boca de Sandra.

O laudo do exame de corpo de delito constatou cinco lesões: na orelha direita, nos antebraços esquerdo e direito, na coxa esquerda e no tórax, além da boca, informou a Polícia Civil.

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Sandra ficará de licença por oito dias para se recuperar e contou ao UOL que pretende voltar ao hospital. "Eu estou com medo, mas não posso deixar que isso me afete, que afete a minha profissão".

A médica cumpria sozinha o plantão hospital. Sandra diz que cinco profissionais deveriam estar atendendo no plantão.

O que diz a defesa

Ao UOL, o advogado de Samara e André, Claudio Luiz Rodrigues de Souza, classificou a decisão da Justiça como "no mínimo absurda". Disse ainda que existem "dúvidas" no fato, já que, segundo ele, houve uma confusão generalizada no hospital. "O Estado está agindo com excesso, os réus preenchem todo e qualquer requisito para responder ao processo em liberdade", afirmou.

Sobre a acusação de terem invadido algumas salas do hospital, Claudio disse que "não é verdade" e alegou que a família está sendo "injustiçada pelo clamor social equivocado".

A defesa esclareceu também que não há provas que comprovem a versão do delegado à frente do caso. "Cadê as filmagens do local? É só pegar e vão verificar que isso não aconteceu. Eles também foram agredidos. E sequer foi feito um exame de corpo de delito nos réus. Estão cheios de hematomas pelo corpo", argumentou o advogado.

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