Wallace Corbo: PMs não promovem a segurança pública no Brasil, mas o terror

O professor de Direito da FGV Wallace Corbo afirmou em entrevista ao UOL News desta segunda-feira (31) que policiais militares não promovem a segurança pública no Brasil, mas sim o terror, ao comentar sobre a operação da Rota no Guarujá, estado de São Paulo.

O especialista lamentou a morte do policial militar, lembrando que são trabalhadores precarizados e que atuam em uma instituição que não valoriza os profissionais. Contudo, ele destacou que a Polícia Militar é uma instituição do Estado e deveria agir dentro dos limites da lei no Estado Democrático de Direito.

A lógica das polícias no Brasil não tem sido uma lógica guiada na promoção da segurança pública, na promoção da integridade física, do direito à vida, da propriedade, com inteligência e investigação e um ataque estratégico.

"Não, a lógica das polícias no Brasil tem sido uma lógica de terror, uma lógica de privatização da segurança pública, em que os policiais, como corporações que não são valorizadas, tomam conta da segurança pública e atuam sem qualquer tipo de atuação estratégica, para se vingar, basicamente. É uma lógica de privatização e do predomínio no terror", completou.

Sakamoto: Chacina no Guarujá mostra incompetência da polícia, que troca investigação por conflito

O colunista Leonardo Sakamoto também comentou a respeito da operação da polícia no Guarujá. Para ele, a chacina mostra a incompetência e falta de investigação da polícia.

Qualquer pessoa que estuda, pessoas que atuam na formação de policiais dizem que quando morre um colega em serviço, o melhor não é fazer uma ação em campo aberto para poder buscar os suspeitos. É um trabalho que tem que ser feito com inteligência, com informantes, com verificação, checagem de celulares para poder pegar exatamente.

"Todo mundo sabe que os ânimos estão acirrados, o negócio está pegando fogo no coração das pessoas envolvidas. Tem que se fazer justiça com investigação, exatamente o que se espera da polícia. Não indo para conflito aberto", completou.

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Sakamoto ainda afirmou que "não é a bala da polícia que define quem é e quem não é inocente, mas sim a Justiça".

O que importa é que a Justiça que deve levar em julgamento e punição. É uma noticia triste, que precisa ser investigada e que não mostra a competência da polícia, pelo contrário, mostra a incompetência ao trocar essa parte de investigação por um conflito aberto.

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