Esse conteúdo é antigo

Esposa de fisiculturista morto em incêndio diz que foi vítima de injustiça

Larissa Mello, viúva do fisiculturista Hugo Sérgio Pereira, 30, que morreu em um incêndio no apartamento da família, no Rio de Janeiro, diz que foi injustiçaçada ao ser acusada nas redes sociais de ter iniciado as chamas, fugido e deixado para trás o marido e a filha assim que elas tomaram o imóvel.

O que se sabe:

Larissa Mello afirmou ter sofrido com os comentários que recebeu nas redes sociais. "Machuca ver os comentários na Internet, sem as pessoas conhecerem você, sem conhecerem a sua história", declarou Larissa à Record TV.

Segundo ela, o laudo da perícia, que indica que as causas do acidente do dia 29 de julho podem ter sido causadas por um acidente termoelétrico, um tipo de curto-circuito, são "verdades vindo à tona".

Larissa revelou que o apartamento era alugado e o casal nunca pagou conta de luz. E acredita que havia um "gato" (ligação clandestina) que fornecia energia para o imóvel.

Ela vinha sendo acusada de abandonar Pereira e a filha de 6 anos, salva por vizinhos, mas que ficou com 70% do corpo queimado.

"As pessoas criaram que ela trancou ele dentro do quarto, criaram que ela botou fogo na casa", declarou a advogada de Larissa, Márcia Paiva.

"Foram dias muito difíceis para mim. Eu não tenho que focar nessas coisas, eu tenho que focar na minha filha. Ela é o ponto principal", afirmou Larissa à emissora.

A viúva contou que estavam todos dormindo quando tudo aconteceu e que acordou após um barulho estranho. "Eu resolvi sair do quarto porque estava achando o barulho muito estranho. Quando saí, já tinha muita fumaça no meu correr e na minha sala, mas eu não vi o fogo".

Um vizinho, porém, havia contestado a versão da mulher, dizendo ter ouvido uma briga doméstica dentro do apartamento, incluindo o som de coisas quebrando.

Continua após a publicidade

Longa conversa

Em depoimento à polícia, Larissa contou que ela e Hugo tiveram uma longa conversa por um aplicativo de mensagens horas antes do incêndio. Disse que se sentia desrespeitada por Hugo ser ciumento. Mas garantiu que quando o marido chegou em casa, não houve discussão verbal ou agressão física entre o casal.

"Não existiu briga nenhuma. Eu não sei de onde tiraram isso. Nunca, nunca. Não existiu essa briga", disse Larissa à emissora.

Outro ponto que a polícia tenta esclarecer é porque o marido ficou preso no apartamento. Larissa disse que gritou para que Hugo fosse até a sala e ele teria dito para ela pedir ajuda.

Ela também disse no dia do incêndio que o marido tinha resgatado a filha e a cachorrinha da família. "O meu marido deu a minha filha na mão de um morador e o morador trouxe a minha filha para baixo. E voltou por conta da minha cachorra", comentou Larissa logo após o incêndio.

Um dos vizinhos conta que após ouvir os gritos de uma criança, subiu até o décimo andar para prestar socorro. Segundo ele, Hugo e a menina estavam lá dentro, em lugares diferentes. O fogo teria começado na sala, perto da varanda.

Continua após a publicidade

A filha do casal estava perto da porta da cozinha quando foi resgatada, bem longe do quarto onde todos dormiam antes do incêndio.

"Quando eu chego na porta, eu começo a gritar: 'Tem alguém aí, tem alguém aí. A criança reage, começa a gritar. Aí eu falo pra ela, 'o tio vai te tirar daí'", declarou o vizinho que ajudou a menina à emissora.

Apesar do laudo pericial da Polícia Civil ter apontado a causa do incêndio como acidente termoelétrico, ainda falta a análise do corpo de bombeiros sobre as causas, segundo informou a TV.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.