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SP: Guardas são presos acusados de tortura e sexo oral forçado em abordagem

A Polícia Civil prendeu cinco dos seis GCMs (guardas-civis municipais) suspeitos de torturar e obrigar seis jovens a fazer sexo oral uns nos outros durante abordagem em Itapecerica da Serra, na região metropolitana de São Paulo. Os suspeitos negam o crime.

O que aconteceu:

A Justiça de São Paulo havia emitido mandados de prisão temporária contra os seis suspeitos que teriam participado da ação, ocorrida em maio. Os agentes estavam foragidos. A informação foi confirmada pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).

Segundo a polícia, seis jovens estavam "dando grau" (empinando motos) em um parque abandonado do município, quando foram abordados pelos agentes. Uma das vítimas ligou para a mãe enquanto ocorria a ação. A gravação foi analisada por peritos e confirmou a veracidade do áudio.

Os agentes obrigaram os jovens a fazerem sexo oral entre eles, segundo apurou o SBT, além de espancá-los e torturá-los. Os guardas foram reconhecidos através de vídeos postados nas redes sociais em que os profissionais de segurança aparecem rezando fardados. As vítimas não tinham passagem pela polícia.

Após se entregarem para a polícia na terça-feira (15), os agentes foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) para exame cautelar e depois foram encaminhados para a Cadeia Pública. Eles aguardam a audiência de custódia, segundo a SSP-SP. As buscas prosseguem para prender o sexto investigado.

Os guardas supostamente envolvidos nas ações "foram afastados de suas funções e responderão processo administrativo e disciplinar", segundo a Secretaria de Segurança e o comando da GCM (Guarda Civil Metropolitana) de Itapecerica da Serra, em nota oficial. Os suspeitos não tiveram as identidades divulgadas.

A administração municipal ainda esclareceu que aguarda a entrega da cópia integral dos autos do inquérito "para análise e individualização de cada uma das condutas dos envolvidos". A previsão para entrega da documentação emitida pela Polícia Civil era 14 de agosto. "Salientamos que a Prefeitura irá colaborar nas investigações sempre que acionada."

Todos que não tenham participado ficaram observando as agressões. O que a gente vai fazer é individualizar, realmente é: esse queria? Não queria? Esse se eximiu de fazer alguma coisa? Para quando o juiz for graduar a pena, se condenados, poder avaliar com senso de justiça.
Luis Roberto Faria Hellmeinster, delegado

Agentes negam os crimes

O advogado Cleisson Martins, que representa dois dos suspeitos, afirmou ao UOL que conversou com os cinco agentes antes de se entregarem à polícia e eles negaram que qualquer crime tenha sido cometido na abordagem.

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Os suspeitos "acreditam fielmente [que o caso] trata-se de uma armação muito bem orquestrada para incriminá-los", de acordo com Martins. O teor sobre a suposta "armação", porém, não foi divulgado pelo defensor.

Os advogados, após ouvirem os acusados, acreditam neles, e através do processo restará comprovado que todos são inocentes.
Cleisson Martins, advogado

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