'Ajudo a esculpir corpos': quem é o médico acusado de agressão nos Jardins
O médico Bruno D'Ângelo Cozzolino aparece em imagens exibidas pelo Fantástico de ontem agredindo funcionários do prédio onde mora, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. O profissional, que já foi preso duas vezes, também é acusado de outras agressões e ameaças.
Quem é ele
Formou-se em medicina pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos em 2008, segundo informações do site de sua clínica. No mesmo portal, ele cita que é pós-graduado em dermatologia, medicina estética e medicina do esporte pela Fundação Souza Marques; pós-graduado em medicina legal pela USP; e pós-graduado em nutrologia pela Abran (Associação Brasileira de Nutrologia).
Fundou em 2022 o Instituto D'Angelo, "para auxiliar pessoas a esculpirem seus corpos e assim fazerem deles a imagem impecável de sua saúde e a marca pela qual elas serão lembradas no mundo", também conforme divulgado em seu site.
Nas redes sociais, que agora estão indisponíveis, Cozzolino compartilhava viagens, treinos na academia e conteúdos sobre a prática da medicina.
Agressões contra mulheres
O Fantástico encontrou pelo menos outras dez agressões do médico, investigadas pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de São Paulo.
"Até os homens de boa aparência podem matar mulheres", escreveu Cozzolino a uma das vítimas, segundo o Fantástico.
Uma mulher, que preferiu não se identificar, disse que Cozzolino a perseguia desde abril deste ano. Ela contou ao programa da TV Globo, que foi agredida pelo médico durante uma ida ao seu apartamento e que, depois disso, ele teria mandando mensagens primeiro se desculpando, depois em tom ameaçador. Há uma medida protetiva a favor da vítima.
Cozzolino já foi preso duas vezes por ameaçar e agredir mulheres. Segundo a reportagem, a primeira vez aconteceu em 2012 e ele ficou um dia preso. Já na segunda foram dez dias de detenção devido ao descumprimento de uma medida protetiva.
Uma mulher com quem ele se relacionou por dois anos pediu ajuda à polícia em 2021. A coluna de Rogério Gentile, do UOL, teve acesso ao processo. A mulher disse que ele a ameaçou com uma faca. "Eu vou te mandar", dizia ele, segundo o relato.
Na época, a defesa do médico apresentou um relatório psiquiátrico que afirmava que ele tem transtorno de humor bipolar, ansiedade e transtorno obsessivo compulsivo grave — e que não teria seguido com os devidos tratamentos.
Racismo e ameaças
Cozzolino teria ofendido um funcionário do prédio em que os pais dele vivem em 2019: "Lugar de macaco é no zoológico", teria dito. Ainda segundo o Fantástico, o médico fez um acordo com o funcionário e pagou uma indenização de R$ 5.000.
Também há relatos de agressão contra funcionários do prédio onde tinha consultório. Uma das recepcionistas afirmou que ele teria chamado uma colega dela de "preta" e um faxineiro de "macaco", segundo o Fantástico.
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Quero receberNo Rio, ele também teria agredido um funcionário de um flat. "Vocês são uns recepcionistas de m****. Eu sou médico, e vocês suburbanos." Ele teria se irritado após pedir uma toalha na recepção e ter sido orientado a se dirigir a outro local, já que ali não teria.
O médico disse ao Fantástico que não quer se manifestar sobre as acusações. O UOL também procurou o médico, mas não houve retorno.
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