Rogério Gentile

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'Vou meter bala na sua cabeça': ex de médico relata perseguição

Uma mulher de 34 anos disse à polícia que manteve por dois anos um relacionamento com o médico Bruno D' Ângelo Cozzolino, de 40 anos, que apareceu no domingo (27) em uma reportagem do Fantástico, da Globo, agredindo funcionários do prédio onde mora em São Paulo.

Em depoimento à polícia, ela disse que o médico tem um histórico de agressividade e que até mesmo já a ameaçou com uma faca. "Eu vou te matar", dizia ele, segundo o relato.

Depois que eles terminaram, de acordo com o depoimento, por diversas vezes, o médico tentou invadir seu prédio, aproveitando-se dos momentos em que o portão da garagem era aberto para a entrada ou saída de um veículo. Os seguranças do edifício, disse, tiveram de contê-lo à força.

Numa dessas ocasiões, de acordo com ela, bastante alterado, ficou cerca de duas horas no local tentando achar uma oportunidade para invadir o edifício. Em seguida, telefonou dizendo estar armado.

"Vou meter bala na sua cabeça, fala logo onde você está", teria dito, entre outras ameaças.

A mulher disse ainda que ele ficava cercando seus familiares, inclusive seus avós paternos. Com medo, disse à polícia que iria sair da cidade.

Ela entregou à polícia, cópias de mensagens nas quais Bruno insistia em obter um encontro com frases do tipo:

"Eu tô perdido no mundo. Não sei para onde vou";

"Eu juro que vou me comportar, estou naquela escuridão angustiante";

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"Não consigo respirar. Estou desesperado atrás de você".

Por contas das ameaças, o médico chegou a ficar em prisão preventiva.

A defesa do médico disse à Justiça que ele sofre de múltiplos problemas psiquiátricos, citando transtornos de bipolaridade, de ansiedade, de personalidade e transtorno por uso de múltiplas substâncias.

Um laudo psiquiátrico anexado pela defesa no processo afirma que "ele necessita de tratamento para estabilização de humor com inibidor de receptação da serotonina junto com psicoterapia para prevenção de recaída e desenvolvimento de autocontrole e resiliência, e tratamento com promoção de autoconhecimento, capacidade de autopercepção e amadurecimento de valores pessoais e sociais".

De acordo com a defesa, "ele está acometido por doença psicológica grave".

Na reportagem do Fantástico, assinada pelos jornalistas Maurício Ferraz, Renato Ferezim e Diego Zanchetta, câmeras de segurança flagraram o médico batendo no zelador do prédio, após o funcionário pedir para que ele ajustasse o seu carro na vaga do estacionamento.

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"Eu pedi para o porteiro comunicar a ele. Mas ele não desceu para arrumar o carro dele, desceu para me agredir", contou o homem ao Fantástico.

O UOL tentou contato com Bruno D' Ângelo Cozzolino, mas não houve resposta. Ao Fantástico, ele disse que não quer se manifestar sobre as acusações.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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