'Capeta indo para o culto': evangélico é alvo de hate após modificações

A testa com uma cruz sobressaltada, os olhos roxos, a língua partida ao meio e alargadores no nariz. É assim que Adriano Lemos, 33, que tem mais de 70% do corpo tatuado e um implante subcutâneo de silicone, aparece em seus vídeos. Além do estilo inusitado, o fato dele ser evangélico também impressiona quem se depara com o perfil do influencer.

"Capeta ou anjo tatuado?"

Comecei a admirar a modificação corporal na adolescência e decidi fazer. Através dessa admiração, tudo se encaixou nos propósitos que Deus tinha e tem através da minha vida, disse Adriano Lemos ao UOL

Em um vídeo com mais de 50 milhões de visualizações, Adriano mostra seus alargadores e como faz a higienização. Nos comentários, as pessoas fazem os mais diversos tipos de perguntas, desde como faz quando quer espirrar, outros dizendo que sentiram agonia ao assistir e até questionamentos sobre o porquê de ele fazer as modificações corporais.

Na igreja que congrego é tranquilo, afinal eles me conhecem desde quando eu não tinha modificação alguma. Mas, infelizmente, quando vou em outras para algum evento, infelizmente a recepção não é das melhores, devido às doutrinas serem mais rígidas e eles terem uma visão diferente.

Mesmo recebendo diversos julgamentos e comentários preconceituosos como "o capeta indo para o culto?", Lemos diz que não se abala, até porque, segundo ele, quem o julga, não o conhece.

"Eu sei lidar com qualquer crítica, inclusive com pessoas com visão de religiosidade, pessoas que me julgam sem me conhecer. Afinal, sei bem os propósitos de Deus na minha vida e através da minha vida, então as críticas e palavras ofensivas não vão parar meu chamado em Deus. Geralmente, quem comenta algo assim, são as pessoas que nem fizeram questão de conhecer um pouco da minha história. Mas temos dois públicos, os que me chamam de capeta e o público que me chama de anjo tatuado", diz à reportagem.

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Adriano é autônomo e trabalha como cuidador e passeador de cães. O influencer ajuda animais abandonados
Adriano é autônomo e trabalha como cuidador e passeador de cães. O influencer ajuda animais abandonados Imagem: Arquivo Pessoal

Já entre parentes e amigos, ele conta que não sofre nenhum tipo de preconceito, mas sente os olhares de estranhos na rua: "geralmente não ouço preconceitos em palavras ditas. Mas qualquer forma de preconceito com olhares ou palavras, eu lido rindo. Não costumo pagar com a mesma moeda o preconceito das pessoas".

Além de influencer, Adriano é autônomo e trabalha como cuidador e passeador de cães. Entre vídeos que mostram as modificações em seu corpo, ele compartilha também seu amor e cuidado com os animais. '

"Ajudo animais abandonados pelas ruas e de famílias carentes desde meus 12 anos de idade. Ainda não tenho uma ONG, mas criei uma vakinha em prol desse sonho, que é ter meu próprio abrigo e poder ter mais espaço e condições", diz.

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